A polícia brasileira afirmou na terça-feira ter provas contra o presidente do Comité Olímpico da Irlanda (OCI), Patrick Hickey, detido há mais de uma semana por venda ilegal de bilhetes para os Jogos Olímpicos Rio2016.
“A análise de mails confirma que o presidente do OCI contactou diretamente com Marcus Evans, diretor da THG [empresa responsável pela venda de bilhetes], para a venda de ingressos a preços superiores aos estipulados”, afirmou o inspetor Ricardo Barbosa de Sousa, em conferência de imprensa.
A 15 de agosto, dia em que deteve Patrick Hickey, a polícia emitiu quatro mandados de detenção, um dos quais contra o empresário britânico Marcus Evans, presidente do clube de futebol Ipswich e diretor da THG.
“O OCI recomendou a THG para a venda de bilhetes ao público irlandês, só que a empresa não estava homologada pelo comité organizador, pelo que foi criada a empresa Pro 10”, explicou Barbosa de Sousa.
De acordo com o inspetor da polícia, “Patrick Hickey e Kevin James Mallon estão detidos preventivamente na prisão de Bangú. Temos sete fugitivos, entre os quais Marcus Evans, o grande mentor do sistema”, afirmou Aloyso Falcão, comissário da polícia do Rio de Janeiro.
Segundo a investigação, o Comité Olímpico da Irlanda contratou a empresa Pro 10 para vender os bilhetes no Brasil, mas os mesmos foram transferidos para a THG, cujo diretor, Kevin James Mallon, foi detido no início de agosto.
A polícia apreendeu ainda cerca de 1.000 bilhetes e, segundo a polícia, os ingressos eram vendidos a preços cinco vezes acima do valor normal.
O principal negócio incidiu na venda para a cerimónia de abertura, onde chegaram a pedir 8.000 dólares (cerca de 7.000 euros) por bilhete, e de encerramento, que planeavam vender a 15.000 dólares (cerca de 13.000 euros).
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