A um ano do início dos Jogos Olímpicos Rio2016 a poluição na baía de Guanabara e os atrasos em alguns dos recintos das obras são os principais problemas da organização.
A 05 de agosto de 2016 vão começar no Rio de Janeiro os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul, cujo custo já atingiu os 38,2 mil milhões de reais (cerca de 10,13 mil milhões de euros) – 57% privados –, valor próximo dos 40,8 mil milhões gastos em Londres, em 2012.
Os valores envolvidos no planeamento e execução dos projetos do Rio2016 não garantem, no entanto, a pontualidade na construção das infraestruturas ou a ausência de problemas de outra ordem.
Das 28 infraestruturas que vão acolher competições, apenas três estão concluídas: o Sambódromo, que vai receber o final da maratona e a prova de tiro com arco, o Maracanã, que vai acolher as cerimónias de abertura e encerramento e de jogos de futebol, e três pavilhões do Riocentro, na Barra da Tijuca, locais das provas de badminton, ténis de mesa e halterofilismo.
Com atrasos significativos estão o velódromo para o ciclismo de pista, no Parque Olímpico, e o campo de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, no qual a instalação de estacas e a marcação das pistas só começaram a ser feitas na semana passada.
Outro dos grandes problemas está na Marina da Glória, base das provas de vela, localizada na baía de Guanabara, devido à poluição.
Apesar de o prazo da obra estar a ser cumprido, graças à iniciativa privada – a Marina deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2016 –, o governo do Estado do Rio de Janeiro já admitiu que não deverá alcançar os 80 por cento previstos de recolha e tratamento do esgoto despejado na Baía de Guanabara.
Medidas paliativas foram anunciadas pelo presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, como a construção de ecobarreiras para conter o lixo flutuante e a contratação de ecobarcos para apanhar os resíduos, assim como o lançamento de produtos químicos no mar.
Além da presença de dejetos sólidos nas águas da Marina, uma análise encomendada pela Associated Press detetou a presença de vírus, bactérias e coliformes fecais em concentrações capazes de causar doenças aos atletas, resultado igual ao obtido na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Praia de Copacabana.
Para a APO, no entanto, o balanço geral é positivo: segundo o último relatório, divulgado em janeiro, apenas 25% dos projetos de infraestrutura, com custo total estimado de 6,6 mil milhões de reais (1,75 mil milhões de euros), ainda não começaram a ser executados.
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