O bronze da judoca Telma Monteiro ‘coloriu’ a prestação portuguesa nos Jogos Olímpicos Rio2016, num conjunto de resultados em que ‘sobraram’ diplomas e lágrimas, faltaram medalhas e foram bem mais os que sobressaíram do que os dececionaram.
No geral, Portugal mostrou ter poucos atletas capazes de lutar por medalhas, mas muitos, em variadas modalidades, com qualidade, mesmo sem as condições de outros, para se baterem por muito honrosos lugares no ‘top 10’ – chegaram lá 19 e um recorde de 10 entre os seis melhores.
O ‘falhanço’ do canoísta Fernando Pimenta, que não logrou a anunciada medalha em K1 1.000 metros, ficando a sensação que a teria arrebatado com Emanuel Silva em K2, e as desistências – foram poucas - das maratonistas Sara Moreira e Jéssica Augusto foram o mais negativo, juntamente com a vela, de novo sem qualquer ‘Medal Race’.
Ainda assim, manteve-se a média de uma medalha por jogos, com 24 (quatro de outro, oito de prata e 12 de bronze) em 24 participações, com a segunda melhor pontuação de sempre: 41 pontos (de oito a um pontos do primeiro ao oitavo), contra os 44 de Atenas2004, a contrastar com 78.º lugar no ‘medalheiro’, o pior registo desde o 'zero' de Barcelona1992.
Em termos de modalidades, o judo ‘vence’, à custa do bronze de Telma Monteiro, mas foi a canoagem que voltou a apresentar o melhor conjunto de resultados, com um quarto lugar (K2 1.000), um quinto (K1 1.000) e um sexto (K4 1.000), contra os três sextos do atletismo, dois no triplo salto (Nelson Évora e Patrícia Mamona) e um nos 20km marcha (Ana Cabecinha).
O quinto lugar de Marcos Freitas, no ténis de mesa, da equipa de futebol, que veio muitíssimo desfalcada, e de João Pereira, no triatlo, e o sétimo do ciclista Nelson Oliveira, no contrarrelógio, merecem também nota muito alta.
Mais atrás, menção honrosa para Rui Bragança, com um nono lugar que devia ser quinto no taekwondo, e a cavaleira Luciana Diniz, demasiado penalizada por apenas um toque na final de saltos de obstáculos, que a atirou para nona.
Ainda no ‘top 10’, ficaram os judocas Sergiu Oleinic e Joana Ramos, Susana Costa, no triplo salto, Rui Costa, na prova de estrada de ciclismo, o par de ténis, composto por João Sousa e Gastão Elias, e a equipa de ténis de mesa, azarada no sorteio, que lhe colocou logo pela frente a Áustria.
Uma palavra de elogio também para os veteranos João Costa, que falhou por muito pouco as duas finais de tiro, e João Rodrigues, o porta-estandarte da Cerimónia de Abertura, o melhor da vela, com o 11.º lugar em RS:X.
Destaque ainda para o melhor resultado de sempre na ginástica artística, por Filipa Martins, o primeiro triunfo no ténis, selado por Gastão Elias e repetido por João Sousa e o par, e os recordes do nadador Alexis Santos.
Quanto ao badminton, a qualidade dos adversários não ‘deixou’ avançar Pedro Martins e Telma Santos, e os golfistas, os primeiros de sempre de Portugal, numa modalidade que regressou 112 anos depois, estiveram infelizes, acima do par, com Filipe Lima melhor do que Melo Gouveia, que foi último.
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