A atleta Sara Moreira vai representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Londres nas provas de 5.000 e 10.000 metros, apostada em combater o «nervosismo» que sentiu na estreia olímpica em Pequim2008.
«Fiquei muito nervosa nos primeiros Jogos quando entrei no estádio olímpico. Espero que não volte a acontecer, se assim for gostaria de lutar por um lugar entre as 8 ou 10 primeiras», disse Sara Moreira à agência Lusa.
Sara Moreira conquistou, este ano, a medalha de bronze nos 5.000 metros nos Europeus de Helsínquia, mas em Londres aposta essencialmente nos 10.000 e sabe que, perante as atletas africanas, a luta por uma boa classificação não vai ser fácil.
«Sei que tenho [como adversárias] um lote de atletas muito bom e que terei de estar ao meu melhor nível», frisou.
A atleta do Maratona Clube de Portugal, 26 anos, natural de Roriz, Santo Tirso, começou a correr quando ainda andava na escola primária e, desde aí, nunca mais largou o atletismo.
«Aos oito anos, andava na quarta classe, fui a um corta-mato escolar e ganhei», relembrou.
De seguida foi convidada a integrar o clube da terra. «Comecei e a paixão cresceu naturalmente», sustentou a atleta, que já corria quando, com 10 anos, viu Fernanda Ribeiro sagrar-se campeã olímpica dos 10.000 metros nos Jogos de Atlanta, em 1996.
«Na altura deu-me ainda mais vontade de correr e de querer ser como ela, foi uma referência para mim», revelou.
Em casa teve sempre o apoio dos pais e a paixão da corrida foi «sempre bem aceite».
No entanto, Sara Moreira admitiu que não gosta que os pais estejam presentes nas competições em que participa, assumindo que fica «muito nervosa e ansiosa» na presença da família.
Numa prova que liderava, o pai foi assistir sem que a atleta soubesse e quando o viu, faltavam «300 ou 400 metros para a meta», Sara disse que ficou «tão bloqueada» que acabou por perder o primeiro lugar.
«Desde esse dia disse: ‘pai, nunca mais vais ver uma competição que eu não saiba que vais, porque se me apareceres assim as coisas vão correr mal'», brincou.
Nos Jogos de Londres, a exemplo do sucedido nos Europeus de Helsínquia, os pais da atleta ficam em casa a ver a competição pela televisão.
«Sempre me apoiaram, sempre me deixaram seguir os meus sonhos, mas nunca gostei que me apoiassem muito, principalmente na competição. A minha mãe disse-me que gostava de ir ver, mas pessoalmente prefiro que estejam a ver em casa, se puder evitar estarem presentes, prefiro», alegou.
O reencontro com a família, esse, fica marcado para o aeroporto, no regresso a Portugal.
«A família espera no aeroporto se as coisas correrem bem [em Londres]. E se não correrem bem de certeza que estão lá também e é assim que eu quero que aconteça», sentenciou.
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