“É uma responsabilidade enorme, mas vou lá para dar tudo. É o que posso prometer. Vou competir e vou defender esta bandeira. Deus vai fazer o resto”, afirmou Dongmo à agência Lusa, num espaço do Comité Olímpico de Portugal (COP), no aeroporto de Lisboa.

De partida para o país asiático, a atleta sportinguista, campeã europeia em pista coberta no lançamento do peso e 12.ª classificada na edição do Rio2016, ao serviço dos Camarões, de onde é natural, espera “lançar o mais longe possível” e assumiu-se pronta para o fazer.

“A performance que estou a fazer agora dá-me a capacidade de fazer mais e melhor do que no Rio [de Janeiro]”, frisou a atleta, de 30 anos, naturalizada portuguesa em 2019.

Com Auriol Dongmo, viajaram também rumo à capital nipónica as atletas Irina Rodrigues e Liliana Cá, ambas do lançamento do disco, bem como Evelise Veiga, do triplo salto, com a primeira a pretender “regressar a casa sã e salva”, já que não o conseguiu em 2016, quando uma lesão a forçou a desistir antes do início da prova.

“Desde que parti o perónio, sabia que teria de trabalhar muito para estar o mais preparada possível na edição de Tóquio. Foi sempre uma luz ao fundo do túnel que eu mantive no pensamento e queria chegar aqui muito bem preparada. Neste momento, sinto que fiz tudo o que podia para chegar aqui”, disse Irina Rodrigues, aos jornalistas.

Como tal, quer fazer “um resultado melhor do que em Londres2012” (quando, então com apenas 21 anos, terminou na 32.ª posição) e, de preferência, com o estatuto de finalista olímpica, nuns Jogos marcados por muitas restrições sanitárias e sobre os quais, a poucos dias do início do evento, ainda se fala num eventual cancelamento.

“Vou tentar cercar-me o máximo possível de uma ‘bolha’ de amor. Se começo a entrar num fosso de negatividade, não é bom para mim e faz-me entristecer e deprimir. Tenho noção da realidade que me cerca, mas vou tentar sempre acreditar e manter a fé de que as coisas vão correr bem”, sublinhou a atleta do Sporting, 27.ª do ‘ranking’.

A companheira no ‘disco’, Liliana Cá, revelou-se “um pouco mais ansiosa”, momentos antes de partir para a estreia em Jogos, aos 34 anos, também por não saber se vai “conseguir corresponder corretamente com o fuso horário”, de oito horas de diferença, mas apresentou igualmente crença de que vai conseguir realizar “uma boa competição”.

“De momento, [o objetivo] é passar para a final. Depois, na final, é tentar ver se dá para chegar às medalhas”, disse à Lusa a atleta, que representa o AD Novas Luzes.

Já a triplista Evelise Veiga, de 25 anos, tem como ambição surpreender-se a si mesma nos Jogos, olhando para o acesso à final como um dos seus grandes objetivos, já que “a preparação correu bem, dentro do planeado”, tendo Patrícia Mamona como colega.

“Espero surpreender-me a mim mesma, acima de tudo. O trabalho foi feito e bem feito. Espero sair de lá feliz, com uma boa recordação, e que tudo corra pelo melhor. Não tenho grandes expectativas neste momento, pois quero surpreender-me e espero sair de lá orgulhosa”, expressou à Lusa a atleta ‘leonina’, também estreante em Jogos.

Evelise Veiga lamentou ainda as “muitas restrições em Tóquio e a ausência do público”, que a impedem de “viver o ambiente” olímpico, mas apontou para um pensamento positivo e em “tentar sempre tirar o melhor partido” da situação.

Portugal vai estar representado por 92 atletas, em 17 modalidades, nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que vão ser disputados entre 23 de julho e 08 de agosto, depois do adiamento por um ano, devido à pandemia de covid-19.