O atletismo dos Estados Unidos terminou bem a sua participação olímpica, com dupla vitória em Tóquio2020 nas estafetas de 4x400 metros, a atenuar dias anteriores com mais momentos 'para esquecer' do que motivos de orgulho.
No adeus à pista de Tóquio, e quando já só falta a maratona masculina para fechar o programa, os quatrocentistas norte-americanos estiveram sem mácula, elevando para sete o número de ouros assegurados, pouco mais de metade do que os conquistados no Rio2016.
Outra nação em alguma crise é o Quénia, triunfador na maratona feminina, mas grande derrotado nos 1.500 metros, às mãos do norueguês Jakob Ingegbrigtsen, que, aos 20 anos, parece não ter limites.
A holandesa Sifan Hassan ganhou nos 10.000 metros e assim chegou a terceira medalha nesta edição, das quais duas de ouro, a russa Mariya Lasitskene continua a dominar na altura e no lançamento do dardo houve inédito triunfo indiano.
Ambas as finais de estafetas de 4x400 metros renderam vitórias aos quartetos norte-americanos, mas destacou-se o feminino, com a melhor marca dos últimos 28 anos.
Com uma larga vantagem de quase quatro segundos, as norte-americanas terminaram a estafeta em 3.16,85 minutos, o melhor tempo desde 1993 e o quinto registo mais rápido de sempre.
Allyson Felix, chegou a uma histórica 11.ª medalha olímpica no seu brilhante historial - uma despedida em grande para uma atleta que já era um símbolo da sua seleção.
Sydney McLaughlin, Dalilah Muhammad e Athing Mu, todas elas já medalhadas nesta edição, ajudaram ao retumbante sucesso.
O triunfo do quarteto feminino norte-americano galvanizou os compatriotas, que correram logo de seguida a final masculina e também triunfaram, com excelentes 2.55.70 minutos, quarta melhor marca da história.
Michael Cherry, Michael Norman, Bryce Deadmon e Rai Benjamin são os novos campeões de uma especialidade em que os norte-americanos não costumam falhar.
O norueguês Jakob Ingebrigtsen é o novo campeão 1.500 metros, derrotando na parte final da corrida o queniano Timothy Cheruyot, campeão do mundo, que ficou com a prata.
Ingebrigtsen, de 20 anos apenas, atacou muito forte na última volta, para estabelecer um novo recorde olímpico e da Europa, com 3.28,32 minutos.
Desde a vitória do espanhol Fermin Cacho, em Barcelona1992, que não havia um europeu campeão olímpico de 1.500 metros.
Quanto Sifan Hassan, despede-se dos Jogos com uma terceira medalha, juntando o ouro de hoje nos 10.000 metros ao triunfo que já tinha em 5.000 e ao bronze dos 1.500 metros.
A aposta numa tripla vitória nas corridas de meio-fundo na pista fica por cumprir, mas, de qualquer forma, Hassan, que correu por seis vezes no estádio olímpico de Tóquio, consegue o que ninguém antes fizera.
No final de uma corrida bastante dura, Hassan ganhou ao 'sprint' a Kalkidan Gezahegne, do Bahrain, e à etíope Letesenbet Gidey, a recordista mundial, que impôs um ritmo 'infernal' à corrida, a partir do terceiro quilómetro.
A russa Mariya Lasitskene, a concorrer sob bandeira neutra, confirmou que continua a ser a grande dominadora no salto em altura, ao ser única atleta a transpor a fasquia a 2,04 metros.
Chega assim ao ouro olímpico que lhe foi 'negado' no Rio2016, vítima da proibição de participação decretada ao atletismo do seu país. A tripla campeã mundial continua totalmente vitoriosa ao mais alto nível, desde 2015.
No dardo, o indiano Neeraj Chopra surpreendeu todas as previsões e tornou-se o primeiro indiano a conquistar uma medalha de ouro para o seu país no atletismo.
Com 87,58 metros, chegou à liderança ao segundo ensaio, para não mais ser ultrapassado no concurso.
Mais cedo, em Sapporo, o Quénia conseguira a 'dobradinha' na maratona feminina, mas não da forma que se esperava, já que ganhou Peres Jepchirchir (2:27.20 horas). A recordista mundial, Brigid Kosgei, foi segunda.
A prova, disputada com bastante calor, teve três portuguesas em competição - Salomé Rocha ficou no 30.º lugar, Sara Catarina Ribeiro foi 70.ª e Sara Moreira desistiu.
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