A comitiva da natação portuguesa partiu hoje para o Japão, na antecâmara da participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, onde esperam chegar em boa forma para desfrutar da experiência e bater os respetivos recordes pessoais.
Os ponteiros aproximavam-se das 05:00 quando os primeiros elementos da comitiva, entre nadadores e treinadores, chegaram ao local dedicado aos atletas que irão participar nos Jogos Olímpicos, montado em pleno aeroporto de Lisboa, prontos para enfrentarem uma viagem longa, com escala em Frankfurt, na Alemanha, rumo a Nagasaki, onde farão um estágio de cerca de uma semana antes da ida para Tóquio.
“Sei que, se bater o recorde pessoal e nacional, provavelmente com 99% de certezas estarei nas meias-finais. Se voltar a fazer esse tempo aí, também não estarei muito longe da final. O objetivo é mesmo chegar lá nas minhas melhores condições, conseguir fazer o melhor tempo na eliminatória e, a partir daí, é sonhar com uma final olímpica, que é o sonho de qualquer atleta”, afirmou Alexis Santos à agência Lusa.
O atleta do Sporting, de 29 anos, vai competir na prova de 200 metros estilos e revelou-se “bastante feliz por poder ter mais uma oportunidade de representar Portugal na maior competição a nível mundial”, depois do 12.º lugar no Rio2016, embora o evento seja marcado pela pandemia de covid-19 e pela ausência de público.
“Preferia que a bancada tivesse cheia, mas isso, na hora da verdade, pouco interessa. Vou ter uma pista para nadar na mesma e é isso que eu tenho na cabeça”, sublinhou.
Tamila Holub também repete a participação, após ficar pelas eliminatórias no Brasil, então com apenas 17 anos, mas agora, com 22, quer “tentar uma meia-final” nas provas de 1.500 metros livres e de 800 metros livres, embora “tudo o que o recorde pessoal trouxer vai ser positivo e muito bom”, procurando aconselhar os estreantes.
“O meu colega de equipa é o José Paulo Lopes e tenho falado muito com ele sobre isso, mas tudo o que lhe conto é um bocado irrealista, pois tive uma experiência completamente diferente. Estou um bocado triste porque vai ser uma experiência um pouco incompleta, mas prefiro que seja assim do que não haver mesmo”, disse à Lusa.
José Paulo Lopes revelou que uma das dicas que recebeu da atleta com ascendência ucraniana foi encarar os Jogos Olímpicos “como se fossem uns campeonatos europeus”, pois “a pressão aumenta mil vezes” e, em demasia, “nunca é bom”.
“O meu grande objetivo é desfrutar da maior competição do mundo. Depois, a minha medalha era mesmo melhorar os meus recordes pessoais”, explicou à Lusa o nadador bracarense, de 20 anos, que irá competir nos 800 metros livres e 400 metros estilos.
Objetivo partilhado por Ana Catarina Monteiro, que, aos 27 anos, terá, nos 200 metros mariposa, a primeira experiência olímpica, onde qualquer posição que resulte num recorde pessoal “é sempre muito positivo”, pretendendo chegar “da melhor forma”.
“Estou muito entusiasmada. É o sonho de uma vida, são muitos anos a lutar por isto. Estou a cair na realidade de que efetivamente estou a caminho dos Jogos Olímpicos”, disse à Lusa a nadadora do Ginásio Clube Vilacondense, triste pela ausência dos pais, namorado e amigos em Tóquio, mas grata pela oportunidade de participar no evento.
Um sonho que Diana Durães tem “desde os 14 anos”, altura em que saiu de casa dos seus pais para treinar em centros de alto rendimento, até chegar ao Benfica: “Depois de um ano tão difícil, finalmente pego nas malas, visto a roupa de Portugal e vamos”.
Serão também os primeiros Jogos da atleta de 25 anos, que participará na prova de 1.500 metros livres e em que “o objetivo passa sempre por fazer o melhor tempo”.
Gabriel Lopes, de 24 anos, do Louzan Natação, alinhará nos 200 metros estilos e está confiante de que vai “conseguir bons resultados”, enquanto o sportinguista Francisco Santos, de 22, quer “fazer uma semifinal” nos 200 metros costas ou 100 metros costas.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados em um ano devido à pandemia de covid-19, decorrerão entre 23 de julho e 08 de agosto.
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