A primeira medalha de ouro no atletismo em Tóquio2020 foi para a Etiópia, através de Selemon Barega, triunfador de uma muito tática final de 10.000 metros, numa jornada essencialmente preenchida por qualificações, em que brilharam duas portuguesas.
Auriol Dongmo, no lançamento do peso, e Patrícia Mamona, no triplo salto, só precisaram de um ensaio para garantir a ida às respetivas finais, sendo agora claro que têm de ser incluídas no grupo das 'medalháveis'.
Nos 10.000 metros, 'feudo' tradicional de Quénia e Etiópia, desta vez apontava-se para o sucesso do Uganda, com dois grandes candidatos, em especial Joshua Cheptegei, o recordista mundial.
Mas não foi isso que sucedeu e acabou por ganhar o jovem etíope de 21 anos, vice-campeão mundial em 2019 nos 5.000 metros, ainda com idade de júnior. Após nove quilómetros 'lentos', foi o melhor na luta intensa desencadeada para as duas últimas voltas, chegando ao ouro em 27.43,22 minutos, deixando os restantes lugares do pódio para os dois ugandeses.
Cheptegei terminou em 27.43,63 e Jacob Kiplimo em 27.43,88. O norte-americano Grant Fisher foi o primeiro não africano, ao ser quinto, com 27.46,39, e o primeiro europeu foi o francês Morhad Amdouni, em 10.º, com 27.53,58.
Quem fica 'em choque' com esta final é o atletismo queniano, primeira potência do meio-fundo, a par da Etiópia: o sétimo lugar de Rodgers Kwemboi, com 27.50,06, acaba por ser o pior resultado para o país desde 1980, na dupla légua.
Sem surpresas, a melhor das séries de 5.000 metros foi a holandesa Sifan Hassan, campeã mundial, mas aqui com a 'armada' do Quénia e da Etiópia a passar à final, bem como a turca Yasemin, que, tudo aponta, são quem vai correr para as medalhas.
No triplo salto feminino, se dúvidas ainda houvesse, ficaram totalmente dissipadas logo na qualificação pela venezuelana Yulimar Rojas. Sem forçar a nota, esteve um bom bocado 'acima da concorrência', aparecendo depois uma dúzia de candidatas às restantes medalhas.
A campeã do mundo resolveu tudo com um único e 'estranho' salto, a 14,77 metros. 'Estranho' pelos 40 centímetros desperdiçados para a tábua de chamada, mas também pelo fraco salto do meio ('step'), a indicar que certamente estará a mais de 15 metros na final, em que quererá bater o recorde do mundo.
Mais cinco atletas asseguraram a passagem direta, entre as quais Patrícia Mamona. Com um só salto, a 14,54, a portuguesa confirmou a boa forma (ficou a 12 centímetros do recorde nacional) e vai estar na luta pelas medalhas.
As outras apuradas para a final foram a espanhola Ana Peleteiro, a cubana Liadagmis Povea, a jamaicana Shanieka Ricketts, e Thea Lafond, de Dominica, todas acima de 14,40.
A primeira das repescadas para se chegar às 12 finalistas é a colombiana Caterine Ibarguen, campeã olímpica no Rio2016. Aos 37 anos, já não tem o fulgor de então, mas ainda chega para uma despedida em estilo dos grandes palcos.
Evelise Veiga, a outra portuguesa no concurso, conseguiu o seu melhor do ano, com 13,93 metros, o que lhe deu o 19.º lugar na classificação final. Teria de estar perto do seu melhor, para entrar num ‘top-12’ que hoje fechou a 14.21.
Dia de qualificações também no peso feminino, com as chinesas Lijao Gong e Jiayuhan a encabeçarem a lista de apuradas diretas, em que também está a portuguesa Auriol Dongmo e a campeoníssima Valeria Adams, da Nova Zelândia.
As norte-americanas Raven Sanders e Jessica Ramsey também seguem para a final, bem como a bielorrussa Aliona Dubitskaya, que também apontam ao pódio.
No salto em altura masculino, bastou fazer subir a fasquia até aos 2,28 para que se encontrassem os finalistas, incluindo o catarense Mutaz Essa Barshim, campeão do mundo.
Os 100 metros femininos contaram com a presença da veterana portuguesa Lorène Bazolo, a repetir o 28.º lugar do Rio2016 e a não passar às semifinais por um décimo de segundo.
A ronda acabou por ser descontraída para as favoritas jamaicanas e também para a costa-marfinense Marie-Josée Ta Lou, que se tornou recordista de África com 10,78, a comprovar que a pista é muito rápida, a 'prometer' grandes marcas na velocidade.
Elaine Thompson e Shelly-Ann Fraser, as melhores jamaicanas, foram a segunda e terceira mais rápida.
Na estreia olímpica da estafeta 4x400 metros mistos, os Estados Unidos e a República Dominicana, apontados como favoritos, foram desclassificados e falham a primeira final de sempre da disciplina.
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