Luís Costa foi hoje oitavo classificado na prova de estrada H5 dos Jogos Paralímpicos Rio2016, a sete segundos do vencedor, o sul-africano Ernst van Dyk, que se impôs ao 'sprint' famoso Alessandro Zanardi.
Numa prova destinada a ciclistas que competem em ‘hanbikes’, Luís Costa conclui as quatro voltas a um circuito com um total de 60 quilómetros com o tempo de 1:37,56 horas, enquanto Ernst van Dyk fez 1:37,49.
O sul-africano bateu ao ‘sprint’ o italiano Alessandro Zanardi, antigo piloto de Fórmula 1 que perdeu as duas pernas num acidente e que defendia o título conquistado em Londres2012.
Depois de na quarta-feira ter revalidado o título na prova de contrarrelógio, Alessandro Zanardi conquistou hoje a prata, deixando o bronze para ao holandês Jetze Plat.
No final da prova, na qual os ciclistas pedalam com as mãos, Luís Costa, que chegou ao Rio de Janeiro como líder da classificação mundial da classe, admitiu que a sua estratégia para a prova não resultou.
“Queria mesmo fazer uma grande surpresa e a minha ideia era ir com eles até mais ou menos dois quilómetros dos fim e, nessa altura, tentar surpreender. Eu não era favorito e eles iam estar todos concentrados no Zanardi”, explicou.
Luís Costa, que integrou o programa de preparação paralímpica há pouco mais de um ano, admitiu que durante as quatro voltas ao circuito houve alturas menos boas: “Fiquei sozinho três vezes, cheguei a atrasar-me 500 metros”.
“Acreditei até ao fim, mas quando, a dois quilómetros da meta, olhei para trás vi que estavam todos muito perto de mim, bati-me em cima da linha, foi o que consegui”, disse ciclista algarvio, de 43 anos.
O atleta, que perdeu a parte inferior da perna direita num acidente de viação no dia em que completou 30 anos, garantiu que agora já pensa “em preparar Tóquio2020”, admitindo que o próximo grande desafio serão os Mundiais, que se disputam no próximo ano na África do Sul.
Luís Costa, que em 2020 terá 47 anos, considera que a idade não é um problema: “O holandês Johan Reekers, que tem 58 anos, está nos nonos Jogos Paralímpicos, até em modalidades diferentes, e hoje foi quinto nesta prova”.
O ciclista, que é inspetor da Polícia Judiciária, reconheceu que quase vive mais para o ciclismo do que para o seu trabalho e admitiu que perde dinheiro com esta “paixão”, que começou muito por culpa do exemplo de Alessandro Zanardi.
Luís Costa, um dos estreantes entre os 37 atletas que representam Portugal nos Jogos Paralímpicos Rio2016, terminou a sua participação com dois diplomas, na sequência dos dois oitavos lugares conseguidos nas provas de estrada e contrarrelógio.
Comentários