O selecionador sueco de andebol, Kristjan Andresson, aceitou hoje o favoritismo que lhe foi atribuído pelo treinador português, Paulo Pereira, para o jogo de estreia na ronda principal do Euro2020, mas advertiu que se vice-campeã facilitar, "Portugal aproveitará".

"Há dois anos conquistámos a medalha de prata, por isso a pressão estará sempre do nosso lado. É uma pressão que fizemos por merecer e com a qual queremos continuar a conviver, porque queremos continuar a ter sucesso. É o se que chama ser favorito", afirmou Andresson à agência Lusa, na cidade sueca de Malmö, palco do jogo do Grupo II, na sexta-feira.

Apesar das diferenças no historial entre as duas seleções - a Suécia tem quatro títulos mundiais, olímpico e europeus -, o treinador espera um jogo "muito difícil, tanto física, como mentalmente", deixando o aviso: "Sabemos que se não jogarmos bem, Portugal aproveitará".

Andresson relativizou a importância do primeiro jogo no Grupo II, mesmo considerando que as duas formações vão iniciar a segunda fase da competição com zero pontos, ao contrário de três das seis seleções do Grupo II, que começam com dois pontos transportados da ronda preliminar.

"Há dois anos fomos às meias-finais com seis pontos, por isso as duas equipas têm possibilidade de seguir em frente, mesmo em caso de derrota. Mas é ligeira", disse o treinador, que também desvalorizou a vantagem de atuar em casa, perante cerca de 12.000 adeptos.

O selecionador lembrou "o que isso serviu à Dinamarca", campeã mundial em título, cuja capital - Copenhaga - está à distância de 16 quilómetros e uma ponte de Malmö, e foi eliminada na primeira fase: "Não é um dado adquirido que vamos ganhar apenas porque temos o apoio do publico. É preciso jogar bem".

Paulo Pereira elogiou hoje o "cerebral" Jim Gottfridsson, e Andresson reconheceu que o ‘estratega' sueco é mesmo o seu "braço direito em campo", lembrando que desde que assumiu o cargo de selecionador, em 2016, tem sido o seu "central de referência".

"É muito bom a distribuir o nosso jogo e dependemos muito da sua capacidade de organização. No Mundial do ano passado, lesionou-se no último jogo da fase de grupos e a qualidade do nosso ataque ressentiu-se", explicou.

Gottfridsson disse à agência Lusa que será, precisamente, através de um "ataque inteligente" que a Suécia poderá ultrapassar a "muito eficaz" defesa portuguesa, apesar de o contra-ataque também poder "ser uma boa solução e uma arma sempre importante" para a equipa nórdica.

"Temos de vencer o jogo, porque estes dois pontos são muito importantes para concretizarmos o objetivo de nos apurarmos para as meias-finais. Vejo muitos jogos de andebol e sei que Portugal tem uma excelente equipa", observou.

Após 14 anos de ausência, Portugal está a disputar pela sexta vez a fase final do Campeonato da Europa, no qual tem como melhor resultado o sétimo lugar alcançado em 2000, na Croácia, iniciando a participação na ronda principal na sexta-feira, frente à Suécia, em jogo com início às 20:30 (19:30 em Lisboa).

A ‘equipa das quinas’ ficou integrada no Grupo II da ronda principal do Euro2002, em conjunto com Noruega, Hungria, Eslovénia (todas com dois pontos, conquistados nos jogos da primeira fase, frente à outra seleção apurada), Suécia e Islândia (ambas em ‘branco’).