Os andebolistas do Benfica revelaram hoje que ainda lhes custa a acreditar que conquistaram a Liga Europeia no domingo, um feito que deixa sentimentos de orgulho num dia em que conviveram com os adeptos.
Numa sessão de autógrafos organizada pelo Benfica, na loja oficial dos ‘encarnados’ no Estádio da Luz, várias dezenas de pessoas deslocaram-se ao local para tirar fotografias e receber autógrafos dos vencedores do segundo maior torneio continental de clubes.
“É difícil de acreditar e ainda estamos a viver muito o que aconteceu no domingo. Este momento é muito importante, pois os adeptos foram parte da nossa conquista, foram um grande apoio e fizeram da Altice Arena um ‘inferno’ da Luz”, começou por afirmar o guarda-redes Gustavo Capdeville aos jornalistas, no início da sessão de autógrafos.
O internacional português, de 24 anos, expressou que os atletas já perceberam que alcançaram “um feito histórico”, mas ainda não compreendem “a grandeza do que foi feito” naquela competição, conquistada pela primeira vez por um clube luso: “Ainda não caímos em nós."
“O Benfica fez muita força para que a ‘final-four’ fosse cá, porque confia em nós e acreditava que a força dos adeptos ia ser um fator determinante. Sábado, demos mais uma prova de que éramos candidatos ao título e, domingo, as finais são para serem ganhas”, realçou.
Já o muito experiente ponta sueco Jonas Kallman, como comprovam os seus 40 anos, salientou a dificuldade em vencer a Liga Europeia, devido ao poderio de vários clubes que o Benfica defrontou, como o finalista Magdeburgo, o Nantes, o Toulouse ou o Wisla Plock.
“Quando iniciámos este torneio, não havia muita gente que pensava que o Benfica iria ganhar. Trabalhámos muito todo o ano. Alguns jogadores jogam mais, outros menos, mas todos estão a apoiar. O ambiente é impressionante. Há jogadores experientes, há jovens, é uma boa mescla e o ‘staff’ é impressionante. Nunca tinha estado num clube que tivesse tanta gente ao redor da equipa”, frisou Kallman, na época de estreia no clube da Luz.
O sueco lembrou as sensações vividas no momento do golo do colega Alexis Borges, em cima da buzina final, que permitiu ao Benfica igualar o encontro 32-32 e levar a partida para tempo extra, durante o qual superou os alemães e detentores do título Magdeburgo (40-39): “Quando o Alexis mete o golo, já sabíamos que íamos ganhar. Não se pode explicar. É uma sensação que solta tudo por dentro. Quase queres chorar, rir, correr, fazer tudo."
Por outro lado, o alemão Ole Rahmel, de 32 anos, mostrou-se “muito orgulhoso” pela “vitória muito especial para o Benfica, para o andebol e para as modalidades”, embora saliente que apenas teve consciência da importância do feito quando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem de felicitações ao plantel.
“Não sabia o quão importante era para o andebol em Portugal. Apenas percebi quando o Presidente da República, depois do jogo, enviou as suas felicitações. Este desporto é muito grande no meu país, mas nunca ouvi o presidente alemão a falar disso”, atirou.
Com a conquista da Liga Europeia por parte do Benfica, Portugal passou a ter quatro troféus europeus na modalidade, depois de Sporting (2009/10 e 2016/17) e ABC Braga (2015/16) terem vencido a Taça Challenge, a terceira prova da hierarquia da Federação Europeia de Andebol (EHF).
Comentários