Com o isolamento todos fomos obrigados a adaptar as nossas rotinas, sendo forçados muitas vezes a muda-las radicalmente. Se para o comum dos mortais, essa adaptação não é fácil, o que dizer daqueles que precisam de espaços para correr, saltar, rematar, nadar , etc...

São esses casos que o SAPO Desporto vai procurar trazer ao longo dos próximos tempos, com os relatos de atletas das várias modalidades desta vida 'caseira'.

Hoje falamos com Mónica Soares, jogadora da equipa de andebol do Fuchse de Berlim, equipa da 2.ª divisão alemã de andebol feminino e jogadora da Seleção Nacional de Andebol.

Com o fim precoce das competições na Alemanha, a jogadores regressou a casa onde tenta manter uma rotina dentro da normalidade possível com os tempos que vivemos. Uma rotina que envolve o recurso à clássica arte do 'desenrasca' quando não há todo o material necessário para o treino e que está a ser aproveitado para colocar os puzzles em dia.

SAPO Desporto (SD):  Mónica, voltou a Portugal há quanto tempo?

Mónica Soares (MS) : "Há cerca de 10 dias, eu sai de lá no dia 16 de Março, porque o campeonato parou. Nós não tivemos o último jogo, estavam a decidir o que íamos fazer, se íamos continuar a treinar ou não, dependendo do número de casos lá Berlim. Mas decidiram cancelar a época, não vamos ter mais jogos até ao final do ano e deram-nos a escolher se queríamos voltar e claro que eu preferi vir para Portugal, porque continuar lá sozinha, ainda por cima nesta situação…"

SD: Como é que estava a situação em Berlim e a reação do clube e da própria liga?

MS: "Sinceramente, nós lá em Berlim não demos muito conta, é uma cidade muito grande e no caminho que fazíamos para os treinos não notávamos muito. Os transportes continuaram a funcionar da mesma forma, não notamos menos pessoas na rua. Nós tínhamos jogo no sábado, treinamos na quinta-feira e só nesse dia é que nos avisaram que o jogo ia ser cancelado e não sabíamos o que ia acontecer mais, tínhamos de esperar que a federação nos dissesse alguma coisa. Passado alguns dias, disseram-nos que não íamos ter mais jogos, provavelmente a classificação ia ficar como estava e acabava o campeonato"

SD: Mas, nesse caso, há campeão ou serve apenas para subidas e descidas?

MS: Pois, ainda não sabem ao certo. Nós como estávamos na segunda divisão ninguém ia subir, ninguém ia descer, ia ficar exatamente na mesma. Não sei como é que estão a decidir essas coisas, é muito complicado conseguir resolver isto para agradar a toda a gente.

SD:  Como é que está a manter a rotina de treino, afastada dos pavilhões?

MS: “Eu tenho um plano para manter a forma, claro que é completamente diferente o treino de pavilhão do treino de musculação ou corrida… Mas como eu sou de uma aldeia, perto de Águeda, é basicamente serra, e é muito fácil correr, estar à vontade, fazer exercício na rua porque não tenho contacto com outras pessoas e torna-se muito mais fácil, se vivesse numa cidade ia ser muito mais complicado"

SD: Qual é a maior dificuldade deste ‘homeworking’?

MS: É não termos tudo à nossa disposição, claro que conseguimos arranjar alternativas desde garrafões de água e outras coisas, mas há sempre coisas especificas que não é assim tão fácil de fazer. A parte da motivação também é difícil, tem de ser com a nossa vontade de sair de casa e ir correr. De estar sempre em casa uma pessoa fica mais acostumada, mais quieta… é mais a falta de vontade de fazer as coisas"

SD: Além dos treinos, o que é que se faz em casa?

MS: “Olhe, tenho feito puzzles, é uma coisa que gosto muito de fazer e faço um bocadinho. Tenho uma cadela então brinco com ela. Ainda ontem estive a jogar Monopoly com a minha mãe… tenho tentado fazer outros jogos, outras coisas para não estar sempre parada, não estar sempre no sofá a ver televisão. Também vejo séries, a Netflix é a minha melhor amiga [ri]"

SD: O que é que recomenda para se ver por estes dias?

MS: “Em relação a séries gosto muito de Prison Break, desse tipo de séries. Mas não sei, eu vejo qualquer coisa…”

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