A Federação de Andebol de Portugal (FAP) manifestou hoje condolências pela morte do guarda-redes Alfredo Quintana, que “nunca deixará de estar na memória de todos que o acompanharam” no FC Porto e na seleção nacional.

“Sem palavras. Há notícias que não devíamos ter. O Alfredo Quintana deixou-nos de forma abrupta. Não merecia. Não é justo. Deixa de estar em campo, mas nunca deixará de estar na memória de todos os que o acompanharam”, lamentou o presidente Miguel Laranjeiro, em declarações publicadas no sítio oficial da FAP na Internet.

Alfredo Quintana morreu hoje, aos 32 anos, após sofrer uma paragem cardiorrespiratória na segunda-feira, durante o treino dos ‘azuis e brancos’, ao serviço dos quais conquistou seis campeonatos, uma Taça e duas Supertaças.

Quintana, que completava 33 anos em 20 de março, foi assistido de imediato, com apoio de uma viatura do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), tendo sido transportado para o Hospital de São João depois de estabilizado.

“Com o seu espírito alegre e extrovertido, soube sempre dar um contributo imprescindível em cada jogo em que entrava. Foi sempre extraordinária a sua relação com o público em todos os momentos. Nunca o esqueceremos”, prosseguiu o líder federativo.

Nascido em Havana (Cuba), ingressou no FC Porto em 2010, naturalizou-se português e tornou-se internacional em 2014, tornando-se numa referência da equipa das ‘quinas’, tendo feito parte das seleções que conquistaram o sexto lugar no Europeu de 2020 e o 10.º no Mundial 2021, as melhores classificações lusas de sempre.

“Lembro-me bem da conversa que tivemos em agosto. Em cada palavra que proferia, era uma demonstração de amor pelo andebol, família e filha. Em cada palavra deixava um sinal de comprometimento em tudo em que se envolvia”, terminou Miguel Laranjeiro.

O selecionador Paulo Jorge Pereira também apresentou condolências à família, lembrando ter partilhado “muitos momentos juntos” com o guarda-redes, que “fará falta como desportista e como pessoa por espalhar sempre alegria, entusiasmo e vida”.

“Nunca imaginei que fosse por um motivo destes que falaria do Alfredo Quintana. Não tenho palavras que possam explicar o que sinto. Só me ocorre pensar que a grandeza, mas também a vulnerabilidade enquanto humanos não tem limites. Custa-me imaginar que já não estará entre nós para continuar a deixar rasto neste novo caminho”, disse.

A direção da FAP decretou um mês de luto no âmbito de todos os eventos sociais e desportivos desenvolvidos até 31 de março, incluindo encontros de clubes e seleções a nível regional, nacional e internacional, ações de formação e sorteios, entre outros.

A estrutura liderada por Miguel Laranjeiro decidiu ainda propor à Mesa da Assembleia-Geral a aprovação de um voto de reconhecimento e pesar a Alfredo Quintana, que deve ser submetido na próxima reunião magna a realizar, previsivelmente, em abril.