Os atletas portugueses de taekwondo Rui Bragança e Júlio Ferreira, que hoje conquistaram medalhas nos Jogos do Mediterrâneo, em Tarragona, Espanha, lamentaram a demora na entrega de coletes de competição que “podem fazer a diferença”.
Em declarações aos jornalistas, após a subida ao pódio, Júlio Ferreira, que conquistou o bronze na categoria -80 kg, disse estar "contente", mas sem deixar de apontar: "Sinto que podia fazer mais, sinto que há coisas que não percebo. O estado atual da minha modalidade", referiu.
Questionado a que se referia, o atleta falou na necessidade "de uma série de equipamentos" que, analisou, se calhar "ajudavam imenso a perceber o que é que era preciso melhorar".
A ideia foi confirmada pelo lutador olímpico português Rui Bragança, que ganhou a prata na categoria -58 kg, ao perder na final com o espanhol Jesus Tortosa, número 3 do mundo.
“Não temos coletes, as coisas são sempre mais complicadas. Nós temos de imaginar o que é que está certo e quando são adversários que nós conseguimos superar com outras coisas, ou seja, a nossa técnica, tática, resistência, até conseguimos superar essa falta, mas quando nos encontramos com atletas do nosso nível, com atletas também muito bons, qualquer pormenor faz a diferença e, neste caso, os coletes são uma enorme diferença", descreveu Bragança.
No entanto, e apesar das queixas, o atleta vimaranense garantiu: "Trabalhamos e nenhum de nós na vida vai desistir de lutar por qualquer ponto que seja, mas claro que é mais complicado".
Quanto às medalhas conquistadas, Rui Bragança explicou que depois de um combate “no início muito equilibrado”, fez uma falta, ficou a pensar no assunto e numas frações de segundo a distração valeu-lhe o 3-0.
"A partir daí, as coisas claro que se complicam. É um adversário que ficou em quinto nos Jogos Olímpicos, que, no ano passado, ficou em terceiro em todos os grandes eventos. Depois, o cansaço ali também já um bocadinho à mistura, um árbitro um bocadinho mais restrito e acabou por não dar para dar a volta, mas são bons indicadores", descreveu Rui Bragança, que com esta prata conquistou seis pontos para o ‘ranking’ olímpico.
Rui Bragança foi claro: “Agora é olhar para as coisas e ver o lado positivo, aprender com o negativo e bola para a frente".
Já Júlio Ferreira, além da crítica pela falta de fornecimento de coletes e do apelo para que o taekwondo português se torne mais profissional, disse ter encontrado nos Jogos do Mediterrâneo “uma série de atletas muito bons”, atletas que provavelmente só encontra nos ‘Grand Prix’.
Ao oitavo dia de competição, Portugal segue com 19 medalhas somando três de ouro, seis de prata e dez de bronze.
Portugal está representado por 232 atletas, de 29 modalidades, nos Jogos do Mediterrâneo, competição que teve início na semana passada e se prolonga até domingo.
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