Os antigos judocas olímpicos Filipa Cavalleri e Nuno Delgado mostraram quarta-feira "preocupação" relativamente a um momento que consideram "delicado" na Federação Portuguesa de Judo.
À margem da inauguração da Academia de Judo Filipa Cavalleri, os dois dos judocas, que se encontram entre os mais consagrados no panorama nacional da modalidade, comentaram o momento atual do judo português, cuja federação irá a eleições.
Nuno Delgado afirmou estar cauteloso, mas mantém a esperança de que será encontrada a melhor solução para o futuro da modalidade.
"A minha visão é de preocupação pelo cenário que se atingiu e de expectativa de que as instâncias do desporto português possam trazer um bom caminho", anseia o atleta que arrecadou a primeira medalha olímpica para Portugal na modalidade de judo.
Nuno Delgado, que conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, não mostrou preferência por qualquer dos candidatos, preferindo deixar um desejo.
"Espero que a 19 de fevereiro o judo tenha um novo presidente, seja quem possa continuar ou um próximo, que esteja devidamente legitimado para nos conduzir, porque bem precisamos," concluiu.
Filipa Cavalleri, pioneira no judo nacional na vertente feminina, apresenta uma visão muito semelhante, caracterizando o momento atual da Federação Portuguesa de Judo como "delicado".
"As pessoas do judo envolvidas estão preocupadas, porque de certa maneira têm de olhar para o que é o futuro da própria modalidade e o que queremos dela", testemunhou.
A judoca de 49 anos, que representou Portugal em campeonatos internacionais e marcou presença em três Jogos Olímpicos, evidenciou ainda o importante que será o futuro sustentado do judo no país.
"Sem tomar qualquer partido ou posição, até porque tenho este projeto muito em mãos, quero o melhor para a modalidade a nível nacional", rematou Filipa Cavalleri, esperançosa sobre um desfecho positivo neste episódio.
A Federação Portuguesa de Judo (FPJ) realizará eleições para os seus corpos diretivos a 19 de fevereiro, com duas listas concorrentes, formadas pelo próprio presidente destituído, Jorge Fernandes, que se recandidata ao cargo, e José Mário Cachada, antigo praticante de judo, chefe de divisão da educação e cultura na Câmara de Espinho.
Jorge Fernandes, eleito em dois períodos distintos, 2017 e 2020, viu-se obrigado a sair após um inquérito do IPDJ por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51 do regime jurídico das Federações Desportivas. Ainda assim, volta a concorrer com o objetivo de recuperar a presidência do organismo que gere o judo em Portugal.
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