Os judocas portugueses mostraram-se hoje desiludidos e irritados com as suas prestações no segundo dia do Grand Slam de Paris, numa prova em que Portugal não conseguiu chegar às finais.
Anri Egutidze (-81kg) teve o melhor desempenho da equipa lusa, tendo começado com triunfos sobre o moldavo Nicon Zaborosciuc e sobre o canadiano Etienne Briand.
O judoca, de 21 anos, perdeu ao terceiro combate contra o checo Jaromir Musil, o que o deixou "irritado demais" e incrédulo perante a forma como perdeu.
"Ganhei os primeiros dois combates a adversários mais fortes do que ele. Cometi mesmo aquele erro que não devia cometer. Já perdi coisas, mas eu não podia perder este combate. Fiquei mesmo em choque e ainda não acredito que perdi com ele", afirmou o atleta, adiantando que se vai "focar na medalha" no Grand Slam de Dusseldorf e que os objetivos do ano são medalhas no Europeu e no Mundial.
Na mesma categoria, João Martinho (-81 kg) eliminou o malgaxe Fetra Ratsimiziva, mas perdeu contra o brasileiro Victor Penalber, num combate que classificou como "bastante equilibrado" e do qual saiu desiludido por "estar tão perto e mesmo assim deixar a vitória escapar".
"Acabou também por ser um bocado de sorte, já estávamos no ponto de ouro, estávamos os dois cansados e acabou por me apanhar bem numa das situações. Não creio que tenha havido assim uma diferença visível de qualidade ao longo do combate. Acabou por ser um bocado uma questão de azar", afirmou o atleta de 21 anos.
O olímpico Jorge Fonseca (-100kg), que no ano passado conquistou o bronze em Paris, foi eliminado ao segundo combate pelo sul-coreano Guham Cho, depois de ter vencido o romeno Daniel Matei.
Na opinião do seu treinador Pedro Soares, que há 20 anos conquistou o ouro no Grand Slam de Paris, Jorge Fonseca ficou "um pouco aquém", mas também houve uma "decisão controversa da arbitragem".
"O Jorge Fonseca ganhou o seu primeiro combate, depois perdeu com o coreano por castigos, uma decisão controversa por parte da arbitragem. Perdeu por castigos, ficou fora da competição", resumiu Pedro Soares.
Uma semana depois de ter conquistado a medalha de bronze no European Open de Odivelas, Yahima Ramirez (-78kg) ganhou à argelina Kaouthar Ouallal, mas perdeu contra a holandesa Karen Stevenson.
Yahima Ramirez considerou que a arbitragem podia ter dado "uma margem de tempo maior" entre os seus dois últimos castigos e "claro" que ficou "desiludida porque era um combate perfeitamente acessível".
No sábado, Telma Monteiro (-57kg), Mariana Esteves (-52kg) e João Crisóstomo (-66kg) obtiveram a melhor classificação da comitiva portuguesa ao ficarem em sétimo, num dia em que também subiram aos ‘tatamis' Jorge Fernandes (-73kg), Joana Diogo (-48kg), Catarina Costa (-48kg), João Abreu (-60 kg) e Nuno Saraiva (-73kg).
A selecionadora nacional feminina, Ana Hormigo, lembrou que Telma Monteiro "já tem cinco medalhas neste que é o torneio mais conceituado no circuito internacional" e lembrou que "tem sido complicado a velocidade das regras [do judo] a mudar".
"Cinco medalhas aqui, já venceu esta grande competição. É normal que ela sinta que podia ter ido um bocadinho mais [longe] (...) Foi a primeira prova com novas regras, a adaptação às novas regras foi muito importante e eles ainda estão novamente a adaptar-se", comentou Ana Hormigo.
A selecionadora destacou, ainda, que Mariana Esteves "surpreendeu" ao conseguir o sétimo lugar com "combates nada acessíveis" e que "fez uma excelente prova".
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