O presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Jorge Fernandes, considerou hoje “uma possibilidade” a sua recandidatura à liderança daquela entidade, após a sua direção ter perdido o mandato em novembro.
Apesar de há cerca de três semanas Jorge Fernandes ter assumido que seria recandidato ao cargo depois da assembleia geral de destituição agendada para dia 18, em Coimbra, hoje, também naquela cidade, em declarações à agência Lusa à margem do almoço do 63º aniversário da FPJ, o dirigente alegou que a sua recandidatura “é uma possibilidade” e “não há certeza”.
“O momento do judo, a imagem que está a ser dada para fora por algumas pessoas não será a melhor e eu vou ser destituído. Não estou chateado, não estou mesmo, porque saio com o dever cumprido”, frisou Jorge Fernandes.
Um inquérito realizado pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) determinou, em meados de novembro, a perda de mandato da direção da FPJ por incumprimento do artigo 51.º do Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), no qual é elencada a perda de mandato de titulares de órgãos federativos, por inelegibilidade, incompatibilidade ou por terem intervenção em contrato no qual tenham interesse.
No discurso que hoje proferiu perante cerca de 300 pessoas, dirigentes, atletas, clubes e associações representativas do judo nacional, Jorge Fernandes, disse que a “modesta” festa de aniversário da Federação de Judo “é também um documento probatório de que após a tempestade vem sempre a bonança”.
“E assim, apesar dos ventos de discórdia que têm soprado nos últimos meses por parte de um setor do nosso judo – e que verdadeiramente tem na sua origem a falta de financiamento de que o desporto carece – e, à margem, os pecadilhos que eu próprio terei cometido, a verdade é que a grande maioria dos delegados à assembleia geral da FPJ – símbolo máximo e democrático da Federação - têm sabido interpretar o momento que se vive e mostrar a unidade indispensável ao bom êxito do nosso judo”, argumentou.
À Lusa, Jorge Fernandes afirmou que as cerca de 300 pessoas presentes no almoço na antiga igreja do Convento de São Francisco representam “uma demonstração de força e solidariedade”.
“Não só os números de demografia o provam, como as medalhas, os resultados que temos tido e, depois, esta sala, no final de ano, de facto não podia ser melhor, é histórico”, disse.
No discurso, Jorge Fernandes assinalou os “recordes máximos de todos os tempos” atingidos pela demografia do judo nacional em 2022, ultrapassando já os 16 mil atletas federados (mais 3.143 do que em 2021).
“Sendo certo que, como vem sendo costume, até ao final do ano ainda se concretizarão mais de um milhar de revalidações e novas inscrições, pelo que ultrapassaremos certamente os 17.000 federados”, observou.
No almoço de aniversário de hoje, realizado sob o tema da inclusão, a Federação Portuguesa de Judo atribui mais de 60 galardões, entre diplomas de reconhecimento e de mérito, medalhas e outros prémios.
Comentários