As rivais juniores Márcia Faria e Beatriz Barros vivem prematuramente o sonho de disputar um mundial absoluto de canoagem, numa parceria improvável proporcionada pela Federação Internacional (ICF), em prova que decorre na República Checa.
“Será complicado participar já nos próximos Jogos, mas quem sabe? Será o primeiro ano com canoas femininas no programa olímpico, pelo que seria muito bom estar nesse momento histórico”, disse à agência Lusa Márcia Faria, de 17 anos.
A bracarense do Clube Náutico de Prado faz equipa com Beatriz Barros, também de 17 anos e atleta do Clube Náutico de Ponte de Lima, dupla que está em Racice a convite da ICF e que foi formada para participar na competição de C2 500 metros na sequência de uma seletiva interna em Portugal.
“Adaptámo-nos bem. Temos muitas parecenças, no ritmo e na própria remada, fatores essenciais e que ajudam a que o barco ande melhor”, diz Beatriz.
A futura caloira do curso superior de fisioterapia em Coimbra “não esperava” vivenciar um mundial “tão cedo”, muito menos em companhia da estudante de artes do 12.º ano.
“Éramos rivais, mas amigas na mesma. Esta experiência apenas vem reforçar a nossa ligação. Partilhamos a mesma paixão pela canoagem”, assegura, assumindo que pretende “fazer carreira” neste desporto.
A dupla viajou com a seleção, porém, em Racice, está instalada com o grupo que a ICF juntou de canoístas de vários países para promover as canoas femininas, que se vão estrear no programa olímpico.
“Ainda não temos muito tempo juntas, no entanto, é experiência gira. Conhecer melhor atletas de outros países e sabermos um pouco da sua realidade e mais sobre a nossa modalidade. Certamente será um evento inesquecível”, sublinha Beatriz.
As jovens também vêm aferir do seu nível competitivo em termos internacionais, com Márcia Faria a desejar atingir no mínimo as meias-finais, algo que foi conseguido ao início da manhã de hoje, com o quinto lugar na sua série: esta tarde, disputam o acesso à desejada final.
“Seria muito bom se conseguíssemos atingir a final, contudo sei que é extremamente difícil. Medalhas nem pensar, pois somos ainda bastante jovens em relação à concorrência”, concluiu.
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