O selecionador português de maratonas, especialidade da canoagem, Rui Câncio, considerou hoje “ouro” o quarto lugar de Francisco Santos na prova K1 de sub-23, em virtude da lesão recente que o impediu de trabalhar apropriadamente.
“Costumamos dizer que o quarto lugar é medalha de chocolate, mas neste caso é medalha de ouro para o Francisco. Há oito semanas partiu a clavícula, esteve quatro semanas sem remar, quando recomeçou esteve quase duas sem treinar em qualidade. Ou seja, em oito semanas teve duas de qualidade e conseguir disputar o sprint final para a segunda e terceira posições só mostra o valor deste atleta”, elogiou o técnico, em declarações à Lusa.
O vianense de 20 anos, que em 2023 tinha sido bronze mundial sub-23, esteve sempre no grupo da frente e só nos metros finais não foi capaz de acompanhar o ritmo de atletas que não tiveram os mesmos condicionalismos.
Francisco Santos concluiu os 26,2 quilómetros do percurso em 01:51.11,38 horas, a 56,98 segundos do ouro do dinamarquês Philip Knudsen, que descolou de um grupo de sete na penúltima das seis portagens.
No sprint final a três pelas restantes medalhas, vantagem para o sul-africano Ulvard Hart, que ficou a 52,83 segundos do vencedor, levando a prata, seguido do húngaro Zalan Peli, a 53,60, bronze.
“É sem dúvida o futuro de Portugal ao nível da maratona”, elogiou Rui Câncio, referindo-se ao canoísta que em júnior foi duas vezes campeão da Europa.
Francisco Santos fez uma prova mais resguardada – “não podia estar a disputar sprints e ou a ganhar ondas, teve de se defender” – contudo foi para a frente “quando devia”.
“Só tenho de tirar chapéu a este grande atleta que para o ano vai estar a lutar, sem sombra de dúvidas, pelo título mundial”, concluiu.
Cumpridos dois dias de mundiais em Metkovic, Portugal tem uma medalha, de ouro, de Maria Luísa Gomes, na prova longa de K1.
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