O Grand Slam de judo em Kazan, na Rússia, previsto para ser disputado entre 20 e 22 de maio, foi cancelado, devido à ofensiva militar russa na Ucrânia, anunciou hoje a federação internacional.

“A Federação Internacional de Judo (IJF) anuncia com lamento o cancelamento da edição de 2022 do Grand Slam em Kazan, na Rússia, que estava agendado para entre 20 e 22 de maio”, informou o organismo que rege a modalidade, num comunicado intitulado “judo pela paz”.

O Comité Olímpico Internacional (COI) apelou hoje a todas as federações desportivas internacionais que cancelem ou mudem de local quaisquer competições planeadas para solo russo ou bielorrusso, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.

“Lamentamos a atual situação internacional, fruto de um diálogo ineficiente a nível internacional. Nós, a comunidade desportiva, devemos permanecer unidos e fortes, para nos apoiarmos uns aos outros e os nossos valores universais, a fim de promover sempre paz e amizade, harmonia e união”, lê-se no comunicado da IJF.

Em nome da “família do judo”, a IJF diz esperar que a atual situação se resolva, para que “seja restabelecida a normalidade e estabilidade na Europa de Leste e no mundo, para, mais uma vez, se possa concentrar nas diversas culturas, história e legado da Europa, na sua maneira mais positiva”.

Na quinta-feira, a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.