A qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020 no atletismo vai depender de marcas e do ‘ranking’, decidiu hoje o conselho da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), que não integrou os 50 quilómetros de marcha femininos.
A portuguesa Inês Henriques, campeã do mundo e da Europa nesta modalidade, confirmou em declarações ao SAPO Desporto que está disposta a recorrer à justiça caso se confirme a não inclusão nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 desta prova.
"Nas grelhas que já saíram dos mínimos para os Jogos Olímpicos que está no site da Federação Internacional (IAAF) estão lá todas as provas, exceto os 50 quilómetros femininos, e a introdução de uma nova prova que é os 4x400 metros mistos. O que a IAAF diz é que o Comité Olímpico Internacional não lhes dá mais quota para mais nenhuma prova. Não se fala nada dos 50 km femininos", começou por dizer a marchadora em declarações ao SAPO Desporto.
"Entrei em contacto com o FPA que só recebeu por email as grelhas dos mínimos, e não tem mais nenhuma informação oficial. O Comité Olímpico português também não tem informação oficial. Entrei em contacto com o meu advogado, ele perguntou-me se eu estava disposta a entrar com mais um processo no Tribunal Arbitral do Desporto e eu respondi que sim. Não estamos satisfeitos com a decisão e vamos recorrer e continuar a lutar", prosseguiu.
"Não faz sentido não introduzirem esta prova. Não faz sentido no século em que estamos estar a ser posta a diferença de género numa prova em que as mulheres já demonstraram a nossa qualidade. Ainda este fim de semana foi batido o recorde do mundo com menos de quatro horas nos 50 quilómetros que é uma coisa extraordinária. É por isso que vamos lutar. Acredito que a decisão final não vai ser esta porque o meu advogado vai fazer o trabalho dele, eu vou continuar a fazer o meu que é treinar. Vamos aguardar tranquilamente, a trabalhar, a decisão. Eu e o meu treinador fazemos o nosso trabalho, e o advogado vai fazer o dele", atirou.
Inês Henriques garantiu ainda que vai continuar a treinar e que esta decisão não afeta a sua preparação para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.
"Isto ainda me motiva mais, ainda me dá mais força. Uma pessoa tenta que exista um equilíbrio e entra outra vez em desequilíbrio. Temos de estar sempre na luta. Nada é fácil, e já percebi isso, vamos continuar a lutar e logo se vê o que vai acontecer", afirmou, antes de falar da participação na Taça da Europa e no Campeonato do Mundo, numa altura em que está de regresso aos treinos depois de uma paragem por lesão.
"Este ano o meu foco é a Taça da Europa em maio e depois o Campeonato do Mundo. Eu estou numa fase em que estive lesionada, estou agora a voltar. Voltei a marchar há três semanas. Tudo está dependente de como é que o meu corpo vai reagir. Neste momento estou a encontrar novamente a minha marcha tranquila com menos esforço, e daqui a quatro ou cinco semanas já posso dizer mais alguma coisa. Neste momento importa recuperar, treinar e depois logo vamos ver o que posso conseguir na Taça da Europa", finalizou.
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