Tiago Luís Pereira falhou objetivo de confirmar os mínimos no triplo salto para os Mundiais de atletismo em pista coberta, não conseguindo “voar mais longe”, tal como Francisco Belo, a quem faltou “ritmo” no lançamento do peso.

Apesar de ter conseguido o seu primeiro título em pista coberta, este não era “o objetivo principal” de Tiago Luís Pereira em Pombal, pois queria chegar aos 16,75 metros que confirmassem a sua presença nos Mundiais de Belgrado, de 18 a 20 de março.

“Falta o objetivo de começar a voar mais longe, saltar mais longe. O que aconteceu comigo hoje é que não estou adaptado à plataforma, é diferente. Estou rápido, estou forte, estou bem, mas a plataforma ressalta e impede-me de ir para a frente. Ainda vou competir, ainda vou ter provas, vamos ver como corre fora das plataformas”, referiu à agência Lusa.

Mesmo sem conseguir confirmar o mínimo para os Mundiais, o atleta do Sporting pode ainda assegurar a presença, por via do ‘ranking’.

“Como sou sétimo do mundo, estou numa situação mais confortável do que outros. Mas queremos fazer a marca, para não haver dúvidas. Em Madrid [na quarta-feira] acho que vou conseguir saltar. Hoje entrei com as minhas velocidades mais rápidas de sempre, mas não conseguia saltar, porque era plataforma”, admitiu.

Em situação mais complicada, por estar no limite do apuramento, está Francisco Belo, que, após três títulos seguidos no peso, foi batido por Tsanko Arnaudov, seu companheiro no Benfica.

“Faltou competir, faltou ritmo, faltou alguma perceção corporal, estava a falhar um pouco. Alguns erros acumulados numa altura de mudanças a médio longo prazo que ainda precisam de tempo para estabilizar. Estamos a caminhar, uma prova não são todas, a época até tem sido estável. Ainda tenho uma prova esta semana, depois é continuar a época de inverno e de verão com calma”, afirmou.

Sobre os Mundiais, Francisco Belo apenas admite ir a Belgrado se estiver em forma, porque “uma pessoa ou está bem para ir e vai ou não está bem e não vai”.

“Ninguém quer ir para lá passear, só por ir. [...] Se não estiver dentro do ‘ranking’, significa que não vale a pena ir. Queremos ir passar os outros que lá estão, queremos ser os melhores. Temos de colocar o meu melhor momento de forma lá, se for”, afirmou.

Sem mínimos para os Mundiais, Arnaudov somou o seu quinto título no peso e promete apenas “surpresas” para o resto da temporada.

“Isto é tudo muito bonito, mas amanhã é igual. Sinto-me bem, grato, mudei há pouco tempo de treinador e acresce alguma responsabilidade em mim, porque graças a ele estou a voltar aos grandes palcos. É um misto de sentimentos, mas amanhã é igual. Hoje somos campeões, amanhã é igual”, disse.

Já apurada para os Mundiais está Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica do triplo salto, que conquistou o nono título de pista coberta, com 14,12 metros.

“Não é tanto a medalha [que moraliza], mas a marca em si. Estou a tentar ganhar forma para estar na melhor forma em Belgrado. Vai ser um Mundial em que vão estar grandes atletas e, obviamente, com um título de vice-campeã há uma responsabilidade de estar em grande forma. Mas é sempre um orgulho ganhar este título. Tenho mais duas semanas para preparar e espero em Belgrado ter tudo afinado”, disse.

Para Belgrado, a atleta do Sporting diz que “a pressão e as expectativas são altas”, mas que tem “de trabalhar para alcançar”.

“[O pódio] É um objetivo, o melhor lugar que tive num Mundial foi um quarto, obviamente quero fazer melhor do que isso. Neste momento há muitas atletas com grandes marcas em pista coberta, mas tem de ser como foi nos Jogos, estar bem e dar o meu melhor”, assegurou.

Abdel Larrinaga venceu os 60 metros barreiras pela segunda vez, o que o deixa “mais motivado” para os Mundiais.

“Estou numa boa forma. Quero guardar o melhor para o campeonato do mundo, para bater o meu recorde pessoal, que é o mais importante”, afirmou.