Os atletas russos não poderão competir sob bandeira neutra nos Europeus de pista coberta, que vão decorrer entre 05 a 07 de março, na Polónia, revelou hoje a presidente interina da federação russa, a antiga velocista Irina Privalova.
“Antes disso, o Conselho (da World Athletics) tem de aprovar o plano de reabilitação [do atletismo russo] proposto pela federação e só depois será abordada a concessão do estatuto de neutralidade aos atletas russos”, justificou a dirigente.
O organismo que regula o atletismo mundial vai dar prioridade ao programa de reabilitação russo, fora dos palcos internacionais desde 2015, devido ao escândalo de doping patrocinado pelo Estado, e só depois, a partir de meados de março, analisará a situação em torno dos atletas neutros.
“Por isso, os atletas russos não vão participar. Gostaríamos que os nossos atletas competissem na Polónia e agradeço a todos. Espero que, senão agora, no verão os vejamos todos no cenário internacional”, acrescentou Privalova.
Esta decisão deixa de fora dos Europeus de pista coberta a tricampeã mundial de salto em altura, Maria Lasitskene, a campeã mundial de salto com vara, Anzhelika Sidorova, e o vice-campeão dos 110 metros barreiras, Serguei Shubenkov.
Privalova assumiu recentemente a presidência da federação, depois do novo titular, Piotr Ivanov, ter sido suspenso por dois anos pela Agência Mundial Antidoping (AMA).
Em dezembro de 2020, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) confirmou a decisão da Agência Mundial Antidopagem, que tinha decidido que muitos dados relativos a amostras de sangue tinham sido manipulados.
A sanção era de quatro anos de fora de eventos internacionais e aplica-se sobre o nome do país, a bandeira e o hino, mas a decisão do TAD reduziu de quatro para dois anos o período das sanções, além de afrouxar os requisitos para a participação de atletas russos nas provas, nas quais deixam de estar abrangidos os Jogos Olímpicos Paris2024.
Comprometida em "ajudar os atletas russos a manterem-se limpos", a agência antidoping da Rússia disse defender os interesses dos desportistas ao não recorrer da decisão, que se aplica até 16 de dezembro de 2022, abrangendo dois Jogos Olímpicos: os de verão Tóquio2020, adiados para 2021, e de inverno Pequim2022, em fevereiro desse ano.
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