A Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) apresentou hoje a Carta do Atleta, um guia com 94 páginas para responder às dúvidas e problemas dos praticantes e que faz uma sistematização de regulamentos que influenciam a carreira desportiva.

Numa cerimónia realizada na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa, o presidente da CAO, João Rodrigues, realçou a "velha aspiração" de antigos atletas que conduziu a este ‘guia' e realçou a abrangência de conteúdos, que abarcam desde os seguros desportivos às carreiras duais, a regulamentação antidoping, entre outros.

"É um documento vivo. Sempre que encontrarem algo que precisa de revisão, os atletas podem dizer-nos para que possa ser acrescentado. Não queremos que seja algo fechado, é um documento para os atletas. Decidimos simplificar a vida aos atletas. Tentámos filtrar o que achámos que era mais importante e há aqui um conjunto de informações que é extensível a qualquer desporto e de qualquer nível”, explicou.

Como forma de resposta às necessidades apontadas pelos atletas, José Manuel Constantino, presidente do COP, assinalou o trabalho da CAO na sistematização de informações relevantes para a carreira desportiva e para o pós-carreira e ainda na adaptação de uma "linguagem que muitas vezes não é imediatamente acessível".

O chefe de missão portuguesa para os próximos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, Marco Alves, apontou também vários méritos ao documento hoje revelado no COP.

"Permite aos atletas estarem mais preparados para aqueles que são os desafios das suas carreiras enquanto atletas. O facto de terem informação sobre os programas de preparação olímpica, sobre aquilo que é o regime de alto rendimento a nível nacional, e quais as condições que estão disponíveis para eles melhor se prepararem tendo em vista os Jogos Olímpicos, é, naturalmente, um documento que facilitará e maximizará a sua preparação", defendeu.

O triatleta João Pereira deu a voz pelos desportistas e destacou esta Carta do Atleta como a resposta a "algo que estava em falta" e que vem ajudar ao trabalho dos atletas, sobretudo para os "mais novos e para aqueles que estão a começar" a carreira.

"Trabalhamos com bons profissionais, mas os recursos são limitados e ter tudo mais acessível e condensado acaba por ser bastante bom. Como atleta, sinto-me muito mais seguro. Um documento com 93 páginas acaba por ser um manual muito grande, mas acaba por nos dar mais tempo para treinar e para estarmos mais focados no treino, sendo uma ferramenta indispensável", observou.