O Qatar já tem o seu campeão, nos Mundiais de atletismo que está a organizar, depois de Mutaz Essa Barshim vencer o salto em altura, numa prova em que nem sequer estava entre os favoritos.
O oitavo dia de competição em Doha voltou a registar grandes marcas no estádio Khalifa, em termos de corridas, destacando-se o recorde mundial de Dalilah Mohamad nos 400 metros barreiras.
Barshim é um caso espantoso de resiliência na modalidade, já que em julho do ano passado foi operado aos ligamentos cruzados de um joelho. Para o campeão mundial de Londres2017, parecia que era o fim para o sonho de ser campeão em casa, na edição de Doha2019.
Onze meses depois, voltou, 'devagarinho', sem dar nas vistas, ele que tem como recorde pessoal 2,43 metros, a segunda marca de todos os tempos.
Qualificou-se para a final de hoje, no estádio Khalifa, e o público finalmente apareceu - primeiro dia com uma assistência já bastante interessante.
'Embalado' pelo apoio do público, foi o único a passar os 2,37 metros, enquanto que os russos Michale Akimenko e Ilya Ivaniyuk se ficavam pelos 2,35 metros.
Ainda 'vacilou' a 2,33 metros, com dois derrubes, mas em todas as outras alturas 'limpou' à primeira. Muito bem também Akimenko, sem derrubes até aos 2.37.
Esta é já a segunda medalha para o Qatar, que já tinha o bronze dos 400 metros barreiras masculinos.
Na pista, a norte-americana Dalilah Mohamad, a campeã olímpica, teve mais oposição do que esperaria da jovem Sydney Mclaughlin, e dessa luta resultou um novo recorde mundial e a segunda posição de todos os tempos nos 400 metros barreiras femininos.
Com 52,16 seegundos, Muhamad retira quatro centésimos ao seu próprio recorde, e McLaughlin, de 20 anos apenas, chega aos 52,23.
Rushel Clayto, da Jamaica, foi uma 'distante terceira', com 53,74.
Decididamente, um ano em grande para Dalilah Mohamad, que hoje ganhou um cheque de 100 mil dólares pela proeza.
Grande marca igualmente para James Gardiner, das Bahamas, nos 400 metros planos. O vice-campeão de há dois anos ganhou agora em 43,48 segundos, novo recorde nacional e a sexta marca de todos os tempos.
O colombiano Anthony Zambrano foi segundo, em 44,15, novo recorde da América do Sul, e o norte-americano Fred Kerley completou o pódio, em 44,17.
Nos 3.000 metros obstáculos, o queniano Conseslus Kipruto, campeão olímpico e do mundo, conservou a 'coroa', com a marca de 8.01,35, numa final muito disputada e só decidida por um centésimo sobre o etíope Lamecha Girma (que bateu o recorde nacional).
Grande corrida para o queniano, de 24 anos, que parecia derrotado, mas não desistiu de perseguir Girma, a ponto de ser necessário o ‘photo-finish’ para perceber quem levava mesmo o ouro.
Soufiane El Bakkali, de Marrocos, o vice-campeão de Londres 2017, fica com a medalha de bronze, terminando a prova em 8.03,76.
Sandra Perkovic, da Croácia, é que não conseguiu defender o título do lançamento do disco, vergando-se à classe das suas adversárias cubanas, que aqui chegaram como melhores do ano.
Para Yaimé Pérez, finalmente o título mundial, aos 28 anos, com um ensaio de 69,17. Denia Caballero atirou a 68,44 e Perkovic chegou apenas aos 66,72 metros.
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