A única prova com três portugueses em cena nos Mundiais de atletismo de Doha é o triplo salto feminino com Patrícia Mamona, Susana Costa e Evelise Veiga a apontar a um lugar na final da competição.
Com Pedro Pichardo, quarto, e Nelson Évora, 15.º, na prova masculina, o setor de saltos é mesmo o mais numeroso na delegação lusa em Doha, superando o da marcha, que teve quatro elementos nas madrugadas 'tórridas' da Corniche, uma realidade que não se projeta para o estádio Khalifa.
"Já me disseram que o ambiente vai estar muito bom e que dentro do estádio se está muito bem", afirma Patrícia Mamona, a mais experiente do grupo, aludindo à climatização que deixará o 'palco' das qualificações de quinta-feira a não mais de 24 graus Celsius.
De qualquer forma, para melhor se adaptar à realidade do Qatar e à diferença horária, optou por um estágio final, até há dois dias, na Turquia. "Foi o momento para não ter preocupação, de vez em quando precisamos do nosso espaço e de estar focados...".
"A preparação correu bem, estou confiante de que vou passar à final. A qualificação é bastante difícil, mas é acessível, é uma questão de eu fazer um bom aquecimento e de ter sorte. Só depois é que se pode falar em marcas melhores. Tenho estado bem e estável e já nem me 'lembro' da operação... foi na época passada... agora, tenho uma oportunidade para fazer o que nunca fiz no passado. O melhor foi o nono lugar há dois anos e quero melhorar", refere a campeã europeia de 2016.
Também muito experiente é Susana Costa, que vai para terceiros Mundiais e foi 11.ª na edição de Londres2017. Também ela que voltar a estar entre as melhores, no sábado.
"Eu faço tudo por etapas e espero conseguir passar à final, que é o mais difícil, porque a concorrência está muito elevada", antecipa a triplo saltadora da Academia Fernanda Ribeiro.
Susana Costa também admite que não haverá problemas na pista, pelo que viu da prova masculina: "a pista pareceu-me bastante bem, mas cada prova é uma prova... E, neste momento, estou focada em fazer o meu melhor e passar à final".
"Esta época de verão foi bastante complicada, tive algumas lesões, mas eu e a minha equipa de trabalho conseguimos minimizar esses problemas, esses males físicos e preparámo-nos minimamente para sair daqui satisfeita", assinalou.
A atleta atingiu o seu melhor na época de inverno deste ano, sendo quinta nos Europeus de Glasgow, com um recorde pessoal de 14,43 metros.
A mais nova do trio de triplistas é Evelise Veiga, de 23 anos, que participa pela primeira vez em Campeonatos do Mundo absolutos. Tem, no entanto, grande experiência nos escalões jovens e em 2018 foi aos Europeus de Berlim, para ser oitava, mas no salto em comprimento.
Por agora, a aposta é no triplo, em que esta época conseguiu mínimos olímpicos, com uma marca de 14,32, que a elevou a terceira melhor portuguesa de sempre. Mas admite que ainda não se decidiu por que prova apostar a médio prazo.
"Apesar de não ter conseguido a marca de qualificação no salto em comprimento, penso que para Tóquio (Jogos Olímpicos de 2020) vou investir por aí. Claro que o triplo não fica para trás, vou investir nas duas e ver o que acontece".
Para Doha, refere o mesmo problema que afeta todos - as altas temperaturas: "é difícil lidar com o calor, mas tentamos ir treinar a horas em que a temperatura esteja mais fácil".
"Já estou ansiosa, quero fazer uma boa prova de qualificação, que é prova mais difícil e importante. Se der um acesso à final, será excelente", refere.
As qualificações do triplo salto disputam-se na quinta-feira, pelas 16:40 locais (14:40 em Lisboa). A final está marcada para sábado às 20:35 (18:35 de Lisboa).
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