O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira, considera que a possibilidade de adiar as eleições do organismo para 2021 pode "perturbar" o ciclo de preparação para os Jogos Olímpicos Paris2024, reduzido para três anos.

As federações desportivas viram o estatuto de utilidade pública desportiva prolongado até 31 de dezembro de 2021, ano em que se vão realizar os Jogos Olímpicos Tóquio2020, e podem também adiar as eleições previstas, após as medidas anunciadas pelo Governo.

Mesmo assim, o líder da FPA realçou que a eventual escolha de 2021 para as eleições na estrutura pode dificultar a preparação para os Jogos de 2024, a disputar na capital francesa.

"A decisão entre manter ciclos eleitorais de quatro anos ou de os prorrogar um ano não está tomada de maneira nenhuma. Ao prorrogarmos [o mandato] um ano, temos uma perturbação muito grande num ciclo olímpico que já é curto em si, com quatro anos", afirmou à Lusa o presidente da FPA.

Jorge Vieira acrescentou que o "primeiro ano de um ciclo normal de quatro anos" costuma ser "perdido", devido, em parte, às eleições para o Comité Olímpico de Portugal (COP), e ainda que o trabalho de uma eventual nova direção pode tornar-se mais difícil, se começar em 2021.

Convencido de que a escolha da direção em 2020 "pouco deve alterar" a preparação de Tóquio2020, o responsável federativo assumiu que a data das próximas eleições não foi ainda discutida pela direção e recusou proferir qualquer comentário quanto a uma recandidatura ao cargo que ocupa desde 2012.

Jorge Vieira reconheceu, porém, que, no caso de haver uma "proposta de prorrogação do prazo das eleições", ela vai ser discutida e votada numa Assembleia Geral (AG) extraordinária agendada para o mesmo dia da assembleia de votação do relatório e contas de 2019, até ao final de junho.

Já António Nobre, único candidato assumido às próximas eleições na FPA, realçou que a marcação da data cabe à mesa da AG, mas avisou que, em caso de adiamento para 2021, o sufrágio deve ter em conta a preparação para Paris2024.

"O ato eleitoral [a optar-se por 2021] deve ser realizado o mais próximo possível da data final dos Jogos de Tóquio [08 de agosto de 2021] - por exemplo, na primeira quinzena de outubro)", sugeriu em nota enviada à Lusa o candidato, vice-presidente da FPA entre 1995 e 2002 e membro do COP entre 2009 e 2012.

Na mesma nota, António Nobre disse ainda rever-se na orientação da World Athletics quanto à marcação dos campeonatos nacionais ao ar livre no hemisfério norte para 08 e 09 de agosto de 2020, se "a evolução da pandemia for positiva e assim o permitir", questionando a suspensão de "toda a atividade por tempo indeterminado", decretada pela FPA, em 23 de abril.

Com seis atletas já apurados para Tóquio2020 - João Vieira, Pedro Pichardo, Carla Salomé Rocha, Sara Catarina Ribeiro, Patrícia Mamona e Evelise Veiga -, o presidente da FPA disse ainda à Lusa que o objetivo é ter entre 15 e 20 elementos no Japão, apesar da imprevisibilidade quanto à próxima época se poder "refletir na ‘performance' dos atletas".

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