Minutos depois de ter cruzado a meta, situada nas imediações da estação de Metro de Amadora Este, Ana Mafalda Ferreira, que concluiu os 10 km ao fim de 34.40 minutos, era a voz da satisfação, até porque tinha acabado de conquistar o primeiro lugar pela terceira vez.

“É fantástico ter ganho a São Silvestre. Tenho seis participações consecutivas aqui na Amadora. Tenho três segundos lugares e agora três vitórias. Nas últimas duas edições tinha sido segunda. Voltar a vencer é fantástico. Esta prova é inigualável, com um público caloroso como não há noutro lado. Muito entusiasta e apesar do percurso ser extremamente difícil, acaba por ser o ânimo do público que nos dá uma força extra para ir vencendo as dificuldades do percurso”, afirmou, em declarações à agência Lusa.

Embora fizesse parte do plano horário da prova, na edição deste ano, ao contrário das anteriores, o quadro feminino partiu depois do masculino o que, segundo Ana Mafalda Ferreira, retirou alguma diferenciação à corrida, onde o público continua a ser fantástico e a fazer a diferença.

“Esta é a São Silvestre mítica em Portugal. O que faz a diferença é o público. A forma calorosa como ano após ano acontece. Este ano, confesso, só foi pena as mulheres não terem partido à frente como era habitual nas edições anteriores. Isso dava um destaque especial às senhoras. Nós íamos, basicamente, a abrir caminho para os homens que vinham uns minutos atrás. Acho que este ano foi realmente o que ficou a faltar. Essa diferenciação na partida da elite feminina e da masculina. Tudo o resto foi incrível”, sustentou.

Por sua vez, Rúben Amaral, que cruzou a meta no primeiro lugar, com 30.19 minutos, reconheceu que o facto de Duarte Gomes, do Benfica, ter corrido este sábado a São Silvestre de Lisboa, acabou por ter alguma influência.

“Tenho estado em grande forma e sabia que era uma grande possibilidade. Tenho treinado muito bem. Conhecia os adversários. Um deles (Duarte Gomes, Benfica) correu ontem [sábado]. É sempre mais peso nas pernas. Mas no desporto nada é certo. Estou feliz. Tive algumas dificuldades e houve momentos em que duvidei. Ser capaz de, ainda assim, conseguir o primeiro lugar, é uma grande felicidade, sobretudo numa prova como não há mais nenhuma em Portugal”, disse.

Com a cortina de 2023 a fechar-se, Ana Mafalda Ferreira despeja um 2024 sem problemas físicos e olha já para a próxima prova.

“Para 2024 peço, acima de tudo, um ano sem lesões. Acho que esse é um desejo de todos os atletas. Daqui 15 dias tenho o campeonato nacional de estrada. É um dos principais objetivos da época do Sporting. Tenho aqui uma série de compromissos com o clube e é nisso que estou focada neste momento”, concluiu.

Alinhando pela mesma bitola, Rúben Amaral deseja também não sofrer lesões nem adoecer, porque o sucesso acabará por surgir.

“Com trabalho sei que vou conseguir os meus objetivos, que passam por fazer novas marcas e novos recordes pessoais”, concluiu.