O diretor técnico nacional de triatlo, Hugo Ribeiro, assumiu hoje que a cessação de funções na federação «foi a melhor decisão para ambas as partes» e recorda que «há ainda muito para fazer» para a evolução desejada.

«Foi feito um percurso e os resultados estão à vista. Terminou a relação profissional e o caminho segue com outros objetivos e desafios. As coisas chegaram ao fim. Havia que tomar uma decisão e foi tomada a melhor para ambas as partes. Ainda há muito caminho a percorrer. Cá estaremos para avaliar o resultado do trabalho», resumiu.

Em declarações à Lusa, o técnico refuta a ideia de que as públicas divergências com o Benfica – atletas, técnicos e dirigentes – resultaram na sua saída, em plena semana dos mundiais de Londres: João Silva trabalha com Manuel Alves, antecessor de Hugo Ribeiro na federação, e agora no projeto do Benfica, comandado por José Luís Ferreira, antigo presidente da FTP.

«O Benfica, neste caso, não tem nada a ver com o assunto. Cada um tem a sua missão no desporto português. Compete a cada um cumpri-la bem. Se assim for, certamente o desporto evolui. Se algum de nós falhar, de certeza que alguma coisa ficará por fazer», disse.

E, a este propósito, acrescenta: «Estou de consciência tranquila, o Benfica também estará, tal como a federação. Cada um tem o seu papel na história. Cumpri o meu como foi possível e sei fazer: trabalhar na defesa de um projeto que acredito. Esperemos pelos resultados no Campeonato do Mundo e pelo futuro».

Manuel Alves assegura que o seu relacionamento com os atletas é «pacífico e cordial» e garante que o seu comportamento com estes «é sempre e principalmente na defesa dos seus interesses».

«Como os pais em casa, às vezes é preciso dizer ‘não’ aos filhos, no sentido do seu crescimento e evolução. No triatlo e alto rendimento sou um pouco aquela pessoa que tem de determinar o rumo, objetivo, quais as melhores opções e tentar que as pessoas percebam que o que é feio é feito no seu melhor interesse. Isso, obviamente, às vezes não é entendido», justifica.

O treinador desejou «boa sorte a toda a equipa nos mundiais de Londres», tal como ao presidente Fernando Feição e sua equipa diretiva, recordando que «ainda há muito a fazer» para cumprir o objetivo com que se candidatou aos órgãos sociais.

«O desafio é que o desenvolvimento do triatlo se centre nos clubes e seus técnicos, apoiando-os. E uma maior aposta na competição feminina», resumiu, assumindo que «o futuro dirá se as pessoas estão ao nível do desafio».

Agora vai dedicar-se à família e em breve optar pelo próximo projeto.