João Pereira exultou hoje com o sexto lugar nos europeus de triatlo de Munique, destacando o facto de permitir reintegrar o projeto olímpico do Comité Olímpico de Portugal (COP) e atacar, com as condições indispensáveis, a qualificação para Paris2024.

“Vinha com objetivos claros. Evidentemente que o pódio é sempre um sonho, mas depois de ter perdido todos os apoios nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 (27.º), vim tentar renová-los aqui. E mostrar que nós os atletas somos mais do que um resultado. Isso é muito importante”, notou.

O triatleta de 34 anos recordou que teve de passar por uma seleção nacional, por Taças da Europa para ganhar pontos para poder ir às Taças do Mundo, nas quais conseguiu pontos para estar nos Europeus.

“Vim cá para me divertir. Cumpridos todos os pressupostos pelo direito conquistado, vim desfrutar. Como uma segunda oportunidade, após uma lesão bastante grave”, recordou João Pereira, que recuperado, progressivamente, o nível que o notabilizou internacionalmente.

O desempenho de João Pereira no Japão seguiu-se ao quinto lugar no Rio2016, a atuação mais destacada do triatlo português em Jogos Olímpicos depois da medalha de prata de Vanessa Fernandes em Pequim2008.

“Vim sem pressão nenhuma. Já tenho uma carreira bastante preenchida de resultados. São 15 anos de campeonatos da Europa e do Mundo. Mas claro que queria tentar a melhor posição possível. Ser ‘top 6’, estar na disputa com os líderes do ranking mundial, enche-me de orgulho”, congratulou-se.

João Pereira esteve no grupo da frente da natação, manteve-se no lote de 12 que liderou no ciclismo e chegou a comandar um quarteto em fuga na corrida, contudo optou por “gerir” a prova quando percebeu que dificilmente ganharia.

“Lutei pela vitoria, mas quando vi que não conseguia, tentei segurar o ‘top 8’. Podia ter ganho ou ficado em último. O importante é virmos aqui dar o nosso melhor e foi o que eu fiz”, destacou.

O atleta deixou uma palavra de “apoio” para o também olímpico João Silva, que, à última, não competiu devido a dores num tendão – “foi uma decisão madura não participar, para não hipotecar o resto da época” – bem como para o jovem Ricardo Batista, que teve hoje uma “queda aparatosa” quando treinava o ciclismo.

“Este resultado é por Portugal e tenho pena de não ter conseguido melhor”, concluiu.

A segunda edição dos campeonatos Europeus multidesportos está a decorrer em Munique até 21 de agosto e reúne nove modalidades, estando Portugal representado em sete, nomeadamente atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo.