O Europeu por seleções de atletismo volta de sexta-feira a domingo ao Estádio da Silésia, em Chorzow, integrado nos Jogos Europeus Cracóvia2023 e com Portugal na primeira divisão com o objetivo de manutenção bem vincado.

“Não tenho grandes dúvidas de que o grande objetivo é a manutenção na primeira divisão, em que somos dos países mais pequenos. É um feito mantermo-nos”, declara, à Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira.

No atletismo, que está a mais de uma hora de viagem de Cracóvia, centro dos Jogos Europeus, Portugal estará representado com uma comitiva de 43 atletas que inclui o campeão olímpico do triplo salto, Pedro Pichardo, a vice-campeã europeia do lançamento do peso, ao ar livre, Auriol Dongmo, entre outros olímpicos.

A competição decorre por equipas nas mais variadas disciplinas, com pontos somados por cada prestação, no masculino e no feminino, descendo três seleções que darão lugar a outras tantas vindas da segunda de três divisões.

“Podemos observar pelos países que compõem a primeira liga, a antiga Superliga. São as grandes potências, e deve esclarecer-se que nesta competição o resultado final é a soma dos pontos conjuntos de homens e mulheres, em todas as disciplinas, o que é um grande desafio para nós, porque, em comparação com estas potências, temos naturalmente pontos débeis nalgumas disciplinas que nos comprometem muito a pontuação final”, analisa o dirigente federativo.

Segundo Jorge Vieira, há experiência de que “é possível mantermo-nos”, depois da subida de divisão, na Noruega, em 2019, mantendo-se entre a elite neste mesmo estádio, há dois anos.

A “pontinha de sorte”, ao lado do trabalho e do desempenho dos atletas perto do seu máximo, são fatores determinantes para o grande objetivo, “não descer”, uma vez que quanto a pódios individuais apontam a dois a quatro, o que já seria um feito perante estes adversários.

“Será realista se tivermos os nossos melhores atletas em bom estado, mas é um objetivo flutuante e impreciso”, admite.

Uma das grandes ausências é a da vice-campeã olímpica Patrícia Mamona, no triplo salto, que desfalca por lesão a delegação e obriga a “ser comedidos na definição de objetivos”, ainda para mais com alguns atletas a pensarem já nos Mundiais, a disputar em agosto, em Budapeste.

Longe de Cracóvia, os Europeus de atletismo por equipas parecem mais um evento em si e menos parte da competição multidesportiva, algo que a federação lamenta, até porque os Jogos Europeus têm o potencial “de ser um bom ensaio para o ambiente olímpico”.

“Infelizmente, estamos integrados nos Jogos Europeus mas não vamos viver esse ambiente e espírito. (...) Estes Jogos ainda não adquiriram a maturidade suficientemente elevada que deverão, um dia, conquistar”, lamenta.

Na sexta-feira, primeiro dia da principal divisão, Auriol Dongmo e Pedro Pichardo são favoritos às medalhas, além da participação de Liliana Cá, no disco, de Arialis Martinez, nos 100 metros, e de Mariana Machado, nos 5.000 metros.

No sábado, os destaques lusos passam por Isaac Nader (1.500 metros) e Evelise Veiga, no ‘triplo’ sem Patrícia Mamona, enquanto domingo traz Francisco Belo no peso e o regresso de Arialis Martinez e Evelise Veiga, respetivamente nos 200 metros e salto em comprimento.

Os Jogos Europeus Cracóvia2023 decorrem até 02 de julho em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, com 206 atletas.