A maratona do Porto regressará a Vila Nova de Gaia quatro anos depois, ostentando o tradicional naipe de atletas africanos para procurar em 05 de novembro a renovação do recorde absoluto do evento pela terceira edição consecutiva.

“Foi assim que ela nasceu e acho que é assim que ela tem de perdurar. A maratona do Porto não é a mesma coisa ao não atravessar a Ponte D. Luís I, embora tenhamos tido experiências extraordinárias, nomeadamente com Matosinhos, na travessia do Porto de Leixões, que também é muito bonita. Agora, de facto, unir estas três cidades através da Ponte D. Luís I será outra coisa”, observou à agência Lusa o diretor-geral da Runporto.

Jorge Teixeira falava à margem da apresentação da 19.ª edição da habitualmente mais participada maratona nacional, que se realizou hoje no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, tendo sublinhado as mudanças efetuadas no percurso de 42,195 quilómetros.

As obras no tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I inviabilizaram a passagem por Vila Nova de Gaia em 2021 e 2022, enquanto a pandemia de covid-19 cancelou a edição de 2020.

“[A procura] Está a aproximar-se de um [nível] pré-pandemia e daquilo que já havia antes de 2018. Há uma grande diferença entre o ano passado e este ano. Estamos todos muito contentes e a única coisa que nos falta é ter a certeza de que o São Pedro vai marcar a sua presença”, frisou, falando em “mais de 6.000 atletas inscritos” na distância olímpica.

O queniano James Mwangui, vencedor em 2022, com um recorde de 2:08.47 horas, 11 segundos inferior à marca lograda pelo compatriota Zablon Chumba em 2021, tem como pretendentes à sucessão Abraham Biwott, Moses Mwarur, Simion Tarus, James Korir e Emmanuel Kemboi, do Quénia, os etíopes Alemu Gemechu, Dereje Aduagna, Ashenafi Boja e Debelu Edae Boka, o norte-americano Afewerki Zeru e o espanhol Daniel Mateo.

A queniana Mildred Chepkemei, as etíopes Sinke Dessie e Genet Habela Abdurkadir e a australiana Melissah Gibson emergem no setor feminino, que viu Vanessa Carvalho subir ao topo no ano passado, após a desclassificação da queniana Alice Jepkemboi Kimutai.

“Não são só os africanos que estão a tentar fazer mínimos [de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024], mas também os portugueses, dentro das possibilidades. Acho que a maratona do Porto é a única [competição] em Portugal na qual isso pode acontecer. Os africanos são esses atletas que nos dão garantias de boas marcas. Não se pode abdicar deles e, por isso, temos de os ter. Este ano vamos ter uma vez mais um lote de altíssimo gabarito. Depois, é abrir o melão no próprio dia e ver se está bom”, notou Jorge Teixeira.

O contingente nacional é encabeçado por Carlos Costa (Vizela Corre), sexto classificado em 2014, José Sousa (São Salvador do Campo), oitavo em 2019 e sexto em 2022, Fábio Oliveira (Guilhovai) e Hermano Ferreira (Escola Atletismo Coimbra), nono em 2019, bem como Mónica Silva (Salgueiros) e Laura Silva, quarta na geral feminina do ano passado.

Chancelada pela World Athletics, o evento começa às 08:00, junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, em simultâneo com uma corrida solidária de 10 quilómetros, havendo ainda uma caminhada de 6.000 metros sem fim competitivo e para qualquer faixa etária.

As três provas juntam “à volta de 11.000 inscritos, de 66 nacionalidades”, e terminam no Queimódromo, sendo atribuídos prémios monetários de 5.000 euros pelas vitórias nas maratonas masculina e feminina e de 3.000 euros pela renovação do recorde absoluto.