A meia-maratona do Porto vai regressar à estrada em 19 de setembro, com um máximo de 5.000 atletas inscritos, devido à pandemia de covid-19, e ineditamente sem africanos incluídos na luta pelo triunfo na prova de 21,097 quilómetros.
“A vacinação em África está muito atrasada. Mesmo que os corredores viajem testados, algum poderia contrair o vírus aqui e seria passada uma imagem menos segura deste evento. Privilegiámos os portugueses e esperamos por mais confirmações”, explicou hoje o diretor-geral da Runporto, Jorge Teixeira, na apresentação da 14.ª edição da prova.
Rui Pedro Silva, Fernando Serrão, Rui Teixeira e Hélder Santos (todos do Sporting), José Moreira e Calos Costa (ambos do São Salvador do Campo), Luís Saraiva (Sporting de Braga), Nuno Lopes (Run4Club) e o brasileiro Flávio Guimarães surgem na linha de sucessão do ugandês Maxwell Kortek Rotich, vencedor em 2019, com 1:01.14 horas.
Já Susana Godinho (Feirense) e Vanessa Carvalho (Sporting de Braga) são, para já, as principais figuras anunciadas pela organização na elite do setor feminino, cuja última edição presencial foi vencida pela queniana Antonina Kwambai, com 1:09.42 horas.
“Estas marcas não serão possíveis com atletas brancos. Infelizmente, nem aqui, nem em lado nenhum do mundo, mas veremos uma meia-maratona segura e a funcionar como ‘rentrée’ dos eventos de massas nas cidades de Porto e Vila Nova de Gaia. Quase todas estas figuras estiveram nos Campeonatos Nacionais de estrada, pelo que teremos um verdadeiro Campeonato Nacional de meia-maratona, que não existe em Portugal”, notou.
De novo com o selo de bronze da World Athletics, o evento vai ser antecipado uma hora, para as 08:00, com o local da partida mais próximo da meta, já que apenas 700 metros separam a Rua do Ouro do Jardim do Calém, ambos na margem direita do rio Douro.
“Vai ser implantada a maior zona de partida de sempre para que todos os atletas tenham espaço e tranquilidade de fazer a corrida em segurança. A partida será feita num espaço com 750 metros de comprimento e tendo todos os atletas divididos em grupos. Está calculado haver mais de um metro e meio quadrado por pessoa”, ilustrou Jorge Teixeira.
A organização aconselha a quem tiver sintomas de covid-19 que não se desloque até ao local da corrida, na qual só participa quem tiver um teste negativo, PCR até 72 horas da prova ou antigénio até 48 horas, ou certificado digital, que ateste vacinação completa.
Corredores e elementos da organização serão obrigados a fazer controlo de temperatura antes do evento e devem usar máscara, que só pode ser retirada assim que houver distanciamento físico entre atletas, mas nunca nos 200 metros iniciais e após a chegada.
Entre as recomendações aprovadas pela Unidade de Saúde Pública do Porto e pela Direção-Geral da Saúde (DGS), os participantes são convidados durante e depois da prova a recolher o próprio abastecimento, reduzindo contactos ao mínimo indispensável.
“Após passarem a linha da meta, todos devem dispersar imediatamente, tirando os que necessitarem de apoio médico. Como sempre disse, só voltava à estrada quando me sentisse seguro”, salientou Jorge Teixeira, que vai estrear um formato híbrido, ao agregar em simultâneo ao evento presencial uma versão virtual, lançada em plena pandemia.
Esse formato ‘online’ veio compensar o adiamento da edição tradicional de 2020 e pode ser feito em qualquer local por quem não estiver nas zonas ribeirinhas de Porto e Vila Nova de Gaia naquele fim de semana, renovando horizontes na organização de eventos.
“A covid-19 não foi má em tudo, porque veio abrir-nos os olhos para eventos híbridos. Será é a primeira meia-maratona híbrida em Portugal, proporcionando às pessoas que gostavam de participar, mas não podem estar cá, uma corrida virtual. Teremos uma classificação para eles e novas formas de maior envolvência”, frisou Jorge Teixeira.
A meia-maratona do Porto, que acontece nas margens do rio Douro desde 2007 e desta vez não será acompanhada pela mini-maratona de seis quilómetros, é a primeira corrida presencial organizada pela Runporto em contexto pandémico desde março de 2020.
“Não estivemos parados e mantivemo-nos em contacto com a comunidade. Realizámos 14 eventos virtuais no último ano e meio, que envolveram quase 30.000 participantes e angariaram mais de 35.000 euros para instituições sociais. A determinada altura, pensei que não ia ser capaz, mas estamos aqui e voltaremos com muito mais força”, concluiu.
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