Uma surpreendente 'dobradinha' dos Estados Unidos nos 3.000 metros obstáculos femininos marca o dia dos Campeonatos do Mundo de atletismo de Londres, em que também se assistiu ao sucesso da holandesa Dafne Schippers na defesa dos 200 metros.

Tal como no sector masculino, também entre as mulheres a prova dos obstáculos costuma ser um 'assunto' de atletas quenianas, ou pelo menos nascidas no Quénia, mas hoje a estratégia dos Estados Unidos foi perfeita e rendeu ouro e prata, com Emma Coburn (9.02,58, recorde dos Campeonatos) e a empolgada Courtney Frerichs (9.03,77).

Coburn, que bateu o recorde dos Estados Unidos, sobe a sexta mundial de sempre e Frerichs a sétima.

A meio da prova, destacavam-se as quenianas, as norte-americanas e as barenitas (ex-quenianas), com Ruth Jebet a marcar um ritmo demolidor que se chegou a perspetivar para menos de nove minutos.

Jebet, atual recordista mundial, liderava um pequeno pelotão de cinco unidades, quando estoirou na última volta, deixando a luta para as duas norte-americanas e duas quenianas.

A fechar o pódio ficou a campeã de há dois anos, Hyvin Kiyeng Jepkemo, do Quénia (9.04,03).

Nos 200 metros, e pelo que se viu nas meias-finais, não surpreendeu a vitória de Dafne Schippers - surpreendeu sim a contestação que a costa-marfinense Marie-Josée Ta Lou deu à holandesa.

Entraram quase a par para os últimos 100 metros e na meta três centésimos apenas as separaram - 23,05 segundos e 23,08.

A holandesa, campeã em Pequim2015 e vice-campeã nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, confirma-se como o grande nome da meia volta à pista, na atualidade.

Ta Lou também fica com excelentes recordações de Londres, já que fecha a sua campanha com duas medalhas de prata - além da de hoje, também a dos 100 metros.

Ainda não foi desta que a russa Darya Klishina ganhou um título mundial no salto em comprimento. Ela, que fora a melhor nas qualificações, chegou aos 7,00 metros, o seu melhor do ano, mas insuficientes para os 7,02 da experiente norte-americana Britney Reese.

Depois do 'flop' que foi o anterior mundial, Reese reconquista o título e chega a quatro ouros, a que se junta o ouro olímpico em 2012 e a prata em 2016.

A exemplo do que se vira no setor feminino, também no masculino o lançamento do martelo 'pendeu' para os polacos, com ouro para Pawel Fajdek e bronze para Wojciech Novicki, com o russo (aqui 'atleta neutral') Valery Pronkin pelo meio.

Desta vez, ninguém chegou aos 80 metros, mas Fajdek aproximou-se bem, com 79,81 metros.

Fajdek, que em 2013 foi o mais novo campeão de sempre, com 23 anos, entra para a história como o primeiro tricampeão da especialidade.