O português Nelson Évora sagrou-se ontem pela primeira vez campeão europeu do triplo salto, conquistando o ouro nos campeonatos disputados em Berlim, com a marca de 17,10 metros na final.
O atleta do Sporting, campeão mundial em 2007 e campeão olímpico em 2008, conseguiu, aos 34 anos, o único grande título que lhe faltava ao ar livre, com a sua melhor marca da temporada, alcançada ao quinto ensaio.
Esta é a segunda medalha de ouro de Portugal nos Europeus, depois da vitória de Inês Henriques nos 50 km marcha. No final da prova, Nélson Évora fez uma análise ao estado atual do atletismo nacional e defendeu a aposta em atletas nacionais.
"É sempre muito especial ganharmos medalhas. Eu acho que o trabalho feito num país como o nosso, pequeno, que tanto luta para colocar aqui os seus atletas é de enaltecer. Os nossos atletas não têm as mesmas condições que os outros. É super gratificante o que se consegue. Eu tenho a noção disso, sei a realidade do nosso país, por isso acho que a estafeta chegar à final é extraordinário, comparando com outras realidades", afirmou o atleta de 34 anos em declarações ao jornal Record.
"Ficámos à frente de outros países que ganharam mais medalhas, mas que não tiveram o ouro, medalhas que eu e a Inês conseguimos. Isso pode ser algo bom e mau. Eu vejo nisso um sinal negativo, porque vão acontecendo pequenos milagres e era importante mudar a nossa mentalidade. Sabendo que já há muita mudança para melhor dentro do desporto nacional, acho que o segredo passa por fazer os nossos acreditarem que podem lá chegar, mesmo com muito trabalho, e todos aqui o demonstram. E não passa por comprar atletas, naturalizar atletas, porque isso é algo ridículo", sentenciou o atleta do Sporting.
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