O português Nelson Évora estava hoje visivelmente satisfeito e com “boas sensações” no final do meeting de atletismo de Madrid, onde fez a sua melhor marca em dez anos em pista coberta no triplo salto, 17,30 metros.

“Foi uma boa abertura de época, com boas sensações. Ainda com alguns erros, mas acredito que dentro de uma semana será totalmente diferente”, disse Nelson Évora à agência Lusa no final da prova, depois de terminar o concurso em segundo lugar com a segunda melhor marca mundial do ano.

A vitória foi para o novo líder da época, o brasileiro Almir dos Santos, que saltou 17,35 metros, enquanto Pedro Pablo Pichardo, atleta nacido em Cuba que competiu pela primeira vez como português desde a naturalização em dezembro, ficou em terceiro, com 17,01 metros.

“Saltei 17,02 metros, calmamente, e 17,30 metros com alguns erros, mas ainda há muito para fazer e o que interessa é estar bem no Mundial [de Birmingham]”, disse Évora, acrescentando que para este ano também como objetivos “ganhar títulos” que ainda não ganhou até agora.

O concurso de hoje 'revolucionou' o top do ano do triplo, agora com Almir e Évora nos dois primeiros lugares e Hughes Fabrice Zango, do Burkina Faso, a cair para terceiro, com 17,23 metros.

O campeão olímpico de 2008 revelou que não irá na próxima semana ao Campeonato de Portugal, como estava previsto, mas não faltará ao Nacional de clubes, na semana seguinte, onde deverá fazer comprimento e triplo.

“Não posso fazer quatro provas numa semana e meia, seria a morte do artista. Não posso fazer isso”, sublinhou Nelson Évora, que assim vai manter-se no circuito internacional, com uma deslocação à Polónia na semana que vem, antes do Nacional de clubes.

Sobre o duelo com Pedro Pichardo, o campeão olímpico referiu que em Portugal “todos (...) estão a puxar para que ele bata os recordes”. “A mim o que me interessa são os títulos”, concluiu o atleta do Sporting.

Os 17,30 de hoje são o melhor registo de Évora em dez anos, em pista coberta, muito próximo dos 17,33 e 17,32 que conseguiu em 2008, o ano em que se sagrou campeão olímpico, em Pequim.

Por outro lado, bateu pela primeira vez Pichardo, atleta do Benfica, com quem já se tinha cruzado sete vezes, sempre com vantagem para o ex-cubano, um dos poucos homens que já superou a barreira dos 18 metros, ao ar livre.

No seu primeiro concurso como português, começou forte, com 16,93 e 17,01, após o que fez dois nulos e dois saltos menos bons, passando para terceiro português de sempre, atrás de Évora e de Carlos Calado, o anterior recordista, com 17,09.