Patrícia Mamona, medalha de prata nos Jogos Olímpicos Pequim2020 no triplo salto, já está de regresso aos treinos e focada em bater o recorde nacional, fixado nos 15,01 metros, bem como num título mundial de pista coberta, em 2022.
“O mote é sempre ser melhor do que no ano passado e, neste momento, tenho o recorde nacional bastante grande, em 15,01 metros. Obviamente quero fazer melhor que isso e conseguir o meu primeiro título a nível de Campeonatos do Mundo. Infelizmente a melhor classificação que tenho é o quarto lugar e quero estar no pódio no Campeonato do Mundo”, avançou a atleta, à margem da participação na primeira edição do Festival Internacional de Ciência, em Oeiras.
Depois de duas semanas de férias, a saltadora do triplo salto regressou aos treinos “há uma semana” e está “a sofrer já um bocadinho, mas faz parte”, uma vez que sabe “o que é preciso fazer para chegar a um alto nível.”
“E esta época vai ser recheada de competições muito importantes, vou ter Mundiais e Europeus e vou começar a focar nisso. [A medalha de prata] Ajuda muito em termos de confiança, mas temos que saber que os contadores são colocados todos a zero e, quando estamos a competir, não interessa quem ganhou medalha ou não. Temos que estar bem naquele momento e é isso que procuro fazer, estar no meu melhor nessas grandes competições”, acrescenta.
Assim, como os objetivos mais imediatos, estabelecidos para a próxima temporada, que pretende iniciar em janeiro, Patrícia Mamona admite já ter em mente os Jogos Olímpicos Paris2024.
“Depois desta medalha, tenho mais força e confiança para conseguir ir a outro ciclo olímpico, que vai ser mais curto que o normal, mas, sem dúvida, é um dos meus objetivos para este meu novo ciclo olímpico é terminar com os Jogos Olímpicos Paris2024.”
Apesar de assegurar que a sua vida “mudou só um bocadinho”, com “mais compromissos”, “mas é normal”, desde a conquista da medalha de prata olímpica em agosto, Patrícia Mamona sublinha que “tem sido fenomenal o carinho das pessoas.”
“Perceber o impacto que esta medalha teve nas pessoas, sobretudo entre os mais jovens, como desportista, é gratificante ver os jovens inspirados para fazer desporto, porque são eles o nosso futuro. Espero que seja uma geração ativa, com melhor qualidade de vida, que faça desporto, não precisa de ser necessariamente de competição, mas acho que é essencial para o nosso crescimento e para o crescimento destes jovens”, defendeu, depois de partilhar o mesmo conselho na mesa redonda “Percurso de Excelência no Desporto”, partilhada com o seu treinador José Uva, a nutricionista Cláudia Minderico e o professor de performance e de Psicologia do Desporto, Duarte Araújo.
Após o regresso ao trabalho em Portugal, a atleta olímpica vai viajar para a Turquia, onde vai entrar em estágio para encontrar o foco e preparar, da melhor forma, o início da próxima época.
“Estou a precisar de algum foco, que é uma das coisas que mudou na minha vida. Ontem [segunda-feira], por exemplo, fui treinar no sintético do Jamor e estavam muitas pessoas, atentas ao que eu estava a fazer, e isso, de certa forma, desfoca um bocadinho. E, como preciso agora de recentrar e voltar ao meu normal, vou aproveitar estas duas semanas de treino intenso para ir para o Gloria Sports, que é um centro de alto rendimento para atletas, na Turquia, e faço lá o estágio e regresso a Portugal já a treinar dentro da normalidade”, concluiu.
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