A atleta olímpica portuguesa Telma Santos disse hoje estar a sentir presencialmente a despedida dos sul-africanos do antigo presidente Nelson Mandela, enquanto aguarda pela sua estreia no Internacional da África do Sul de badminton.

«A cidade onde estou, Pretória, está desde ontem [quarta-feira] com a segurança muito apertada porque o corpo do Senhor Nelson Mandela está cá neste momento. Os hotéis estão lotados, as pessoas fazem quilómetros e é mesmo quilómetros de filas para ver o corpo», explicou Telma Santos, em declarações à agência Lusa.

Depois de ter conquistado o seu terceiro triunfo internacional consecutivo, ao vencer o Open do Botswana, após os sucessos em Hatzor (Israel) e Marrocos, Telma Santos vai disputar a prova sul-africana, enquanto ainda dura o luto pela morte do antigo presidente.

«Sente-se muito a morte dele aqui, as televisões só dão imagens disso, as pessoas andam com t-shirts e cartazes dele e as ruas estão "enfeitadas" em muitos lugares com a sua cara também. As pessoas sabem o que ele fez e sentem muito a sua partida, daí ficarem horas e horas, com sol e chuva à espera de uma oportunidade de ver pela última vez o senhor que os tornou, como eles dizem, livres», sublinhou.

Antevendo a sua participação nos Internacionais da África do Sul, Telma Santos espera recuperar totalmente de um problema físico no joelho, que «cedeu um pouco no treino de terça-feira», para, na sexta-feira, estar pronta para mais um desafio.

«O objetivo é sempre o mesmo, dar o melhor de mim em campo, acreditar nas minhas capacidades e esperar pelo resultado. Gostava muito de alcançar um bom resultado e levar o nome de Portugal, uma vez mais, ao patamar mais elevado do pódio», concluiu.

Além de Telma Santos, também Sónia Gonçalves vai participar no Internacional, que decorre até domingo, no Pretória Show Ground Badminton Hall, em Pretória.

O cortejo fúnebre nas ruas de Pretória repete-se na sexta-feira.

O funeral do carismático líder anti-apartheid, que morreu no dia 05, decorre no próximo domingo, na localidade de Qunu, na província do Cabo Oriental, onde Mandela cresceu e havia pedido para ser enterrado, numa cerimónia restrita à família.