O forte vento sentido hoje à tarde no estádio municipal da Maia afetou de forma muito evidente a qualidade das marcas da segunda jornada dos Campeonatos de Portugal de atletismo, sobretudo nos saltos e provas de velocidade.

Patrícia Mamona foi esperada vencedora do triplo salto, pela 13.ª vez, e mostrou boa forma, Vera Barbosa ganhou nos 400 metros barreiras e ficou perto do apuramento olímpico, enquanto Cláudia Ferreira conseguiu uma melhor marca nacional do ano no lançamento do dardo.

Mamona venceu com 14,75 metros, mas vento não regulamentar, e conseguiu um único registo válido, quase no limite do vento favorável (+1,8 metros por segundo), a 14,55, que passa a ser recorde dos Campeonatos. Viria a prescindir dos seus últimos dois saltos, dadas as condições de vento, então ainda mais intenso.

Para a sua rival Susana Costa termina o sonho do apuramento olímpico: passou os 14 metros pela primeira vez esta época, com 14,12 ventosos (+2,1) e 14,03 regulares (+0,9), o que é insuficiente para progredir no 'ranking' mundial.

Quem tirou partido da ocasião para pontuar bem, arrecadando a bonificação de 100 pontos do triunfo, foi Vera Barbosa, primeira nos 400 metros barreiras, com 57,51 segundos. Deverá ficar no limiar do apuramento olímpico, que garante com mais um bom resultado na terça-feira, último dia para o fazer.

Juliana Guerreiro foi segunda e voltou a bater o recorde pessoal, agora com 58,12 segundos, marca que a coloca como sexta portuguesa de sempre, terceira sub-23, a par das antigas recordistas Maria João Lopes e Maria João Valamatos.

Cláudia Ferreira ganhou no dardo, com 52,91 metros, a melhor marca nacional da época e três ensaios acima de 50 metros. Triunfou com seis metros de vantagem sobre Flávia Costa, que progrediu para 46,69, já perto do 'top 10' nacional de sempre.

A exemplo do triplista Pedro Pablo Pichardo no sábado, hoje faltou à chamada outra figura de topo, a lançadora Auriol Dongmo, o que deixou como favorita no peso Jéssica Inchude, que ganhou folgadamente, chegando a 17,48 metros.

Jéssica Inchude também sobe no 'ranking' de qualificação olímpica, mas sem entrar para os lugares de atletas a serem repescados para assegurar as quotas por prova.

Nos 400 metros barreiras, dois atletas do Benfica, o brasileiro Mikael Jesus (52,12 segundos) e o venezuelano Lucírio Garrido (52,85), discutiram a vitória, mas o campeão nacional foi André Sá, terceiro com 53,44, no que é o seu primeiro título nacional.

Isaac Nader foi esperado campeão nos 1.500 metros, a desperdiçar mais uma oportunidade de chegar ao mínimo olímpico - foi creditado com 3.41,16 minutos, mais de cinco segundos à frente de Nuno Pereira.

No setor feminino, viu-se um bom despique entre a campeã, Marta Pen (4.10,36) e a segunda classificada, Salomé Afonso (4.10,64).

Vitórias nos 200 metros para Lorene Bazolo e André Costa, este por um centésimo apenas sobre Rafael Jorge, em corridas totalmente 'arruinadas' em termos de marcas pelo vento, que chegou a estar a mais de três metros por segundo.

Edujose Lima é o novo campeão do lançamento do disco, com 58,74 metros, e Ruben Antunes triunfou no lançamento do martelo, com 71,66.

Para Marta Onofre, bastou 4,10 metros para 'renovar a coroa' do salto com vara, com um avanço de meio metro sobre a concorrência.