O Ginásio Clube Figueirense (GCF), clube da Figueira da Foz que milita na terceira divisão de basquetebol, contratou o base-extremo Jordan Jackson, filho de uma das maiores ‘estrelas’ de sempre da Liga Profissional Feminina Norte-americana (WNBA).

Além da mãe, Sheryl Swoopes, - quatro vezes campeã da WNBA, campeã olímpica de basquetebol pelos EUA por três vezes consecutivas (em 1996, 2000 e 2004) e duas vezes campeã mundial - a história de vida de Jordan Jackson, 24 anos e 1,91 metros, envolve Michael Jordan, considerado o melhor jogador de todos os tempos e também a basquetebolista portuguesa Ticha Penicheiro, campeã da WNBA em 2005 e amiga da família, com quem o jogador se aconselhou, disse à agência Lusa João Mota, treinador do GCF.

O técnico do clube define Jordan Jackson como um jogador “explosivo, rápido, que faz mudar o jogo e vai trazer alguma espetacularidade” à equipa, que, esta época, disputa o terceiro escalão português (CNB1) e pretende regressar à Proliga, a segunda divisão do basquetebol nacional.

“Ele joga nas posições 1 e 2, a que os americanos chamam ‘combo guard’. Na última época fez uma média de 15 pontos, tem uma capacidade de impulsão enorme, aparece muitas vezes a finalizar e também é um bom lançador de três pontos. É um jogador completo, faz um bocadinho de tudo, lança, penetra, rouba bolas, corre, afunda. Espero que mostre o valor dele, independentemente de quem é a mãe. Quando o vi nem sabia, não foi por ser filho de quem era”, explicou João Mota.

Jordan Jackson foi buscar o nome próprio precisamente a Michael Jordan, seis vezes campeão da NBA: a mãe, Sheryl Swoopes, três vezes Jogadora Mais Valiosa (MVP), em 2000, 2002 e 2005, nomeada para a Equipa da Década em 2006, e que foi eleita entre as 15 melhores atletas de sempre da WNBA (2011) e também entre as 20 melhores (2016) - listas onde também consta Ticha Penicheiro – era considerada nos Estados Unidos “o Michael Jordan feminino”, contou João Mota.

Um dia, prosseguiu o técnico do GCF, num jogo dos Chicago Bulls, Sheryl Swoopes abordou o seu ‘equivalente’ masculino “e perguntou-lhe se podia dar o nome dele ao filho”.

“Ele [Michael Jordan] disse que sim, mas também disse para retirar o nome se [Jordan Jackson] não soubesse afundar. Sabe e sabe fazer mais coisas, é um jogador rápido, capaz de mudar o jogo”, reafirmou João Mota.

Numa publicação na rede social Facebook, a par de uma fotografia com a Figueira da Foz e a vila de Buarcos em fundo, o símbolo do Ginásio Figueirense sobreposto e uma imagem do filho a lançar ao cesto, Sheryl Swoopes agradece a Deus e manifesta “muito orgulho” em Jordan Jackson.

“Agora vá trabalhar em Portugal”, sustenta, numa publicação com mais de 500 ‘gostos’ e 138 comentários.

Já o filho utiliza, na mesma rede social, uma variação da mesma fotografia, desta vez com uma imagem sua a afundar, sobreposta a uma bandeira portuguesa: “Entusiasmado por anunciar, depois de uma espera paciente e de muitos altos e baixos, que irei iniciar a minha carreira profissional no basquetebol em Portugal”, refere o jogador, acrescentando que “isto é apenas o início”.

Quanto a Ticha Penicheiro, de acordo com João Mota, a sua intervenção foi casual - depois do agente do jogador, em contacto com o GCF, ter ficado a saber que o clube foi o primeiro emblema da basquetebolista que fez carreira na WNBA – mas acabou por resultar numa conversa com Jordan Jackson sobre a Figueira da Foz e o Ginásio Figueirense, com o qual o norte-americano tem um contrato de um ano e é esperado no fim do mês.

O treinador do clube, que procura agora, também no mercado norte-americano, um jogador poste – “é mais difícil, são mais caros, são menos e toda a gente anda à procura dos grandes”, – tem noção que o GCF será “a porta de entrada” de Jordan no basquetebol europeu, “para tentar dar um rumo à carreira”.

Por outro lado, o técnico acredita que a vinda do norte-americano possa ser “mais um motivo” para levar mais público às bancadas do pavilhão Galamba Marques, na época que começa em outubro.