Foi, no mínimo, uma proposta muito curiosa, aquela feita a Ainars Bagatskis. O letão, que é selecionador de basquetebol da Ucrânia, recebeu uma proposta para orientar um clube russo. Um convite que enfureceu o antigo jogador de basquetebol letão.

"Eu disse-lhes: 'deem-me uma metralhadora e atravessarei o Kremlin. Vocês são malucos? Como é que me podem fazer esta proposta? Enquanto a Rússia foi liderada por um ditador, trabalhar aí é tabu'", contou o treinador letão no podcast 'Sporta Studijas'.

Bagatskis mudou-se para a Ucrânia quando foi escolhido para treinar o Kyiv-Basket. Mais tarde foi nomeado selecionador ucraniano de basquetebol. O seu trabalho está à vista, como mostra a qualificação para o Europeu da modalidade para 2022, que será jogado na Alemanha, Geórgia, Itália e República Checa.

Aquando da invasão russa a Ucrânia, Bagatskis estava com a seleção ucraniana em Espanha, a participar num jogo de apuramento ao Mundial2024. O treinador está neste momento na Letónia, o seu país natal.

Além do Kiev Basket, Ainars Bagatskis treinou ainda o Maccabi Tel Aviv, o Ventspils o Rigas ASK, entre outros clubes.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.