O antigo corredor Acácio da Silva disse à agência Lusa acreditar que Rui Costa (Movistar), vencedor hoje da 19.ª etapa da Volta a França em bicicleta, vai superar o número de vitórias no Tour de Joaquim Agostinho.
«Pode, porque ainda tem à frente muita estrada, ainda é jovem, está a ganhar experiência e está a melhorar. Penso que tem de fazer por isso, porque uma pessoa tem de tentar ser sempre melhor e ir mais longe», afirmou Acácio da Silva.
Com o triunfo de hoje, o segundo na 100.ª edição da Volta a França, Rui Costa, de 26 anos, soma três vitórias na 'Grande Boucle', igualando Acácio da Silva e ficando a apenas uma de Joaquim Agostinho, que também bisou na corrida de 1969.
«Não [fiquei triste], achei muito bem, porque estivemos 25 anos sem ninguém vencer, desde que eu venci. O ciclismo não pode ficar sem estes triunfos, como o Rui Costa conseguiu. Depois de mim foram 25 anos, o ano passado foi o Rui e antes tinha sido o [Sérgio] Paulinho. Eu acho muito bem, foi muito bonito e espero que continue assim», referiu.
Acácio da Silva, que venceu etapas nas edições de 1987, 1988 e 1989 do Tour, enalteceu a importância desta nova conquista do corredor natural da Póvoa de Varzim, na 19.ª etapa, em Le Grand Bornand, apenas três dias depois do triunfo em Gap, na 16.ª tirada.
«Ele está a fazer uma volta excelente, formidável e fora de série, porque tentou ganhar uma etapa, conseguiu e depois repetir e ganhar é sensacional. Achei fantástico e é muito importante para o nosso ciclismo, para ele e para todos os portugueses que estão espalhados pelo mundo», acrescentou Acácio da Silva.
Para o antigo corredor, o duplo triunfo de Rui Costa na Volta a França, depois de ter revalidado o título de campeão da Volta à Suíça, demonstra a capacidade do campeão português de contrarrelógio e pode servir de motivação para o aparecimento de uma equipa portuguesa na alta-roda da modalidade.
«Penso que com a forma como estes ciclistas estão a brilhar, quer na Volta à Suíça, quer na Volta à França, é o momento de aparecer uma equipa portuguesa em grande plano, para mostrar que Portugal não tem só pequenos portugueses, também tem grandes portugueses como foi o Rui Costa hoje. Penso que uma equipa era uma imagem importante para todos os portugueses, incluindo os que estão espalhados pelo mundo», concluiu.
Rui Costa somou hoje o seu terceiro triunfo na “Grande Boucle”, juntando-o à vitória em Super-Besse em 2011, igualando o registo de Acácio da Silva e ficando a apenas um de Joaquim Agostinho, vencedor de duas tiradas em 1969 e uma em 1973 e outra em 1979.
Sérgio Paulinho e Paulo Ferreira são os outros dois corredores lusos com vitórias em etapas da Volta a França, conquistadas em 2010, em Gap, e em 1984, em Cergy-Pontoise, respetivamente.
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