A Agência Mundial Antidopagem (AMA) anunciou esta sexta-feira que não vai recorrer das sanções impostas pela Agência Antidopagem norte-americana (USADA) ao antigo ciclista norte-americano Lance Armstrong, desclassificado das suas sete vitórias no Tour pelo envolvimento com doping.
«Esta decisão foi tomada depois de examinados exaustiva e cuidadosamente todos os elementos do caso e depois de ter sido solicitado um parecer exterior independente relativo à possibilidade de uma prescrição dos factos», indicou a AMA em comunicado, esclarecendo que o parecer concluiu que a USADA fez a interpretação correta da jurisdição.
De acordo com a nota, Armstrong teve uma «sanção justa e apropriada», que representa «uma revelação» para o mundo do desporto.
«Nesse sentido, a USADA deve ser aplaudida», reconheceu a AMA.
A agência norte-americana, baseando-se num relatório de 164 páginas, acompanhado de cerca de 1.000 páginas de testemunhos e estudos, decidiu, a 10 de outubro, apagar todos os resultados do texano desde 01 de agosto de 1998, incluindo o seu recorde de sete vitórias no Tour, conquistadas entre 1999 e 2005, uma sanção que foi posteriormente confirmada pela União Ciclista Internacional (UCI).
No entanto, a AMA podia ainda apelar para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), uma vez que alguns especialistas em direito consideraram que a USADA não respeitou a duração da prescrição, limitada a oito anos no caso de infrações por dopagem, e concedeu acordos «generosos» aos antigos companheiros de Armstrong que testemunharam contra o antigo ciclista.
A agência deixou ainda um apelo relativo à criação, anunciada na semana passada pelo presidente da UCI, Pat McQuaid, de uma comissão externa totalmente independente para investigar o papel da UCI no caso.
«A AMA quer participar no inquérito se a forma como ele for conduzido for sustentada e sem falhas», especificou.
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