O campeão olímpico de ciclismo de estrada, o belga Greg van Avermaet (BMC), conquistou hoje a Paris-Roubaix pela primeira vez, com a ‘clássica das clássicas’ decidida num ‘sprint’ a cinco.

Na despedida da prova de Tom Boonen (Quick-Step), quatro vezes vencedor, foi outro belga a conseguir a vitória, com van Avermaet a bater ao ‘sprint’ no interior do velódromo ao ar livre que encerra o ‘Inferno do Norte’ o checo Zdenek Stybar (Quick-Step) e Sebastian Vandevelde (Cannondale).

Greg van Avermaet foi o mais forte no ‘sprint’ que encerrou o ‘Inferno do Norte’, num final em que o ‘trio’ da frente, isolado a 300 metros da meta, deixou Gianni Moscon e Jasper Stuyven reentrarem e discutirem a vitória.

O belga de 32 anos sucede ao surpreendente vencedor de 2016, Matthew Hayman, que terminou a prova deste ano em 11.º, a 12 segundos, dois lugares à frente de Boonen, com Stybar a repetir o segundo lugar de 2015 e Langevelde a chegar em terceiro na frente de Stuyven e Moscon.

Avermaet junta o primeiro ‘monumento’ da carreira a uma entrada fulgurante em 2017, em que também conquistou a clássica Gent-Wevelgem e o Tour Harelbeke, duas clássicas ‘World Tour’, e ‘vingou’ o terceiro lugar de 2015.

Esta foi a quinta vitória belga nos últimos dez anos, depois de três títulos de Boonen e outro de Johan Vansummeren, com a Bélgica bem destacada no topo de países vencedores do Paris-Roubaix, com 56 vitórias contra 28 dos franceses e 13 italianas.

Durante a prova de 257 quilómetros, marcada pelo calor e pelo muito pó que se atravessou no caminho dos ciclistas, Avermaet disse ter sofrido “muito” e chegou a ter receio de não ganhar no final.

“Sofri muito, mas a vitória fez-me esquecer tudo. O Stybar não trabalhou muito no final, tive algum medo, mas senti-me forte no fim”, atirou o campeão olímpico em título no final da tirada.

Antes, a corrida ficou marcada pelo duplo azar do campeão mundial: o esloveno Peter Sagan (Bora) tentou atacar por duas vezes e por duas vezes ‘furou’, primeiro a 78 quilómetros do final e depois à entrada para os últimos 30.

Já depois de Niki Terpstra (Quick-Step), vencedor em 2014, ter abandonado a prova devido a quedas que envolveram vários ciclistas no início da prova, também Avermaet sofreu problemas mecânicos a 100 quilómetros da meta, numa altura em que o colega de equipa na BMC Daniel Oss conseguiu escapar.

Vários ciclistas acabaram por se juntar ao italiano, que ajudou o eventual vencedor a manter-se na frente ao lado de Langeveld, Degenkolb (Trek-Segafredo), vencedor em 2015, e Stybar, cuja missão inicial era apoiar Boonen.

Atrás do ‘quinteto’ que cortou a meta com 5:41.07 horas de prova, o francês Aurnaud Démare (Française des Jeux) cortou a meta em sexto a 12 segundos, seguido do alemão Greipel (Lotto), do belga Theuns (Trek), do francês Adrien Petit (Direct Energie) e de Degenkolb, que fechou o ‘top 10’.

Com 40 segundos de vantagem depois de atravessadas a maioria dos troços de empedrado, Van Avermaet, Stybar e Langeveld afastaram Stuyven e Moscon e atravessaram o restante ‘pavé’ até ao velódromo, onde o belga e o italiano viriam a reentrar e discutir a vitória.

O ‘Inferno do Norte’ levou a dezenas de desistências devido às quedas e à dificuldade da prova, entre elas os portugueses da Movistar Nelson Oliveira e Nuno Bico.