Cândido Barbosa está a ponderar candidatar-se à presidência da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), revelou à agência Lusa o popular ex-corredor, que faz depender a formalização da candidatura da vontade das associações.

“Já muitas pessoas me têm abordado e cada vez mais [questionado] o porquê de eu não ser um candidato à federação, tendo em conta que o Delmino [Pereira] está em fim de mandato e que alguém terá de assumir este cargo, e teria de ser alguém, se possível, da modalidade, que possa e saiba de ciclismo. Efetivamente, isto vai-me pondo a pensar no que poderá ser o meu futuro e o futuro da modalidade, que é algo que me preocupa, nomeadamente a formação”, começou por contar.

Com mais de 100 vitórias no currículo, entre as quais se destacam 25 na Volta a Portugal, onde foi duas vezes vice-campeão (2005 e 2007), Cândido Barbosa revela já ter feito “um pequeno caminho” a pensar que avançar com uma candidatura à FPC “poderia ser possível”, falando, nomeadamente, com o atual presidente e também com o seu antecessor, Artur Lopes, que preside à Mesa da Assembleia Geral da entidade federativa.

“Numa primeira abordagem, acham bem e dão-me esse apoio para que eu possa pensar a sério nesta questão”, afirmou, acrescentando que o apoio de Delmino Pereira, a cumprir um terceiro e último mandato, foi determinante: “se ele achasse que eu não era a pessoa certa para isto, também me diria”.

Mas, segundo Cândido Barbosa, “isto é apenas um princípio”.

“À data de hoje, tenho de falar mais a fundo com a minha família e terei de fazer um outro percurso, que é contactar todos os agentes da modalidade, nomeadamente as associações, porque as associações é que, a meu ver, têm de determinar um pouco a vontade do Cândido Barbosa ser candidato ou não ser”, defendeu.

Por isso, aquele que foi um dos mais populares ciclistas portugueses nas últimas décadas só anunciará a decisão sobre uma eventual candidatura “dentro de um mês e meio ou dois”, uma vez que terá de “percorrer o país de lés-a-lés e falar com algumas outras pessoas ligadas à modalidade e que poderão constituir uma base de apoio”.

“Naturalmente, no fim, irei fazer uma retrospetiva de tudo aquilo que as pessoas me irão dizer. Se sentir que possa ser realmente o que os membros do ciclismo querem, eu irei pensar seriamente em poder avançar com uma candidatura. Até lá, está na minha cabeça que estou disponível para pensar em fazer este caminho”, ressalvou.

Barbosa, de 49 anos, assume que até há um ano não ponderava candidatar-se à FPC, dedicando-se a trabalhar na organização de provas, mas foi ‘empurrado’ por todas as pessoas que o abordaram dizendo que “poderia ser a pessoa certa”.

“E isso levou-me a este primeiro passo, que foi falar com as pessoas que atualmente são ainda os responsáveis pela modalidade, e fiquei com a sensação que sou uma pessoa grata para o ciclismo e que poderei ser uma das soluções. E daí fazer a restante caminhada: falar com as associações, fazer esta prospeção e auscultação para ver o que sentem sobre esta possibilidade”, reiterou.

Campeão nacional de fundo em 2007 e de contrarrelógio em 2005, o também antigo vereador da Câmara Municipal de Paredes – desafio que, na sua opinião, também lhe deu “alguma estaleca” – notou, contudo, que esta sua disponibilidade “é algo que ainda é muito prematuro”.

“Terei de pensar muito bem, porque tenho também uma empresa que trabalha e vive com o ciclismo. Tenho de pensar no futuro, porque eu não irei ser um presidente a meio tempo, terei de me dedicar à modalidade a 100%, e terei de abdicar dessa minha atividade”, indicou.

As eleições para a presidência da FPC acontecem este ano, depois de Delmino Pereira ter sido eleito para um terceiro e último mandato em novembro de 2020.