O dinamarquês Mads Pedersen venceu hoje uma longa e dura batalha para se tornar o primeiro dinamarquês campeão do mundo de fundo de ciclismo de estrada, no Yorkshire, Inglaterra, onde a chuva não deu tréguas aos corredores.

Após 261,8 quilómetros, quase menos 20 do que os 280 inicialmente previstos, sob condições invernosas, sobrou uma réstia de energia a Mads Pedersen para bater o italiano Matteo Trentin e o suíço Stefan Küng, segundo e terceiro, respetivamente, à frente de outro italiano, Gianni Moscon.

"Toda a gente estava no limite. Após seis horas e meia sobre a bicicleta, tudo pode acontecer. É incrível", afirmou o inesperado campeão do mundo, de 23 anos, que herda a camisola 'arco-íris' do espanhol Alejandro Valderde.

Dos quase 200 homens que alinharam à partida em Leeds, apenas 46 cortaram a meta em Harrogate. "Foi uma loucura", comentou o campeão cessante, que contribuiu para o elevado número de abandonos no pelotão, tal como os portugueses Nelson Oliveira (oitavo em contrarrelógio), Rui Oliveira, José Gonçalves e Ruben Guerreiro.

Para trás, ficou o trabalho que ajudou Rui Costa, campeão do mundo em 2013, a conseguir a melhor colocação no pelotão e a ser o único elemento da seleção lusa a chegar ao fim. O corredor da Póvoa de Varzim cortou a meta no 10.º lugar, a 1.10 minutos do vencedor, integrado no principal grupo de perseguidores dos homens que seguiam na frente.

Entre eles estavam também o eslovaco Peter Sagan, campeão em 2015, 2016 e 2017 e quinto a cortar a meta hoje, o norueguês Alexander Kristoff (7.º), o belga Greg van Avermaet (8.º), campeão olímpico, ou checo Zdenek Stybar (13.º), incapazes de encurtar distâncias.

Na dianteira, Trentin, o mais rápido do quarteto, parecia ter tudo a seu favor para oferecer à Itália um título que lhe escapa desde 2008 e foi sem surpresa que lançou o sprint a 200 metros da linha, mas Pedersen, contra todas as expectativas, ultrapassou-o nos 50 metros finais para conquistar o mais importante triunfo da sua carreira.

Com 11 vitórias no palmarés, o resultado mais destacado do dinamarquês era, no entanto, um segundo lugar alcançado em 2018, na Volta à Flandres.

A desistência do belga Philippe Gilbert, campeão de 2012, após a uma queda a 125 quilómetros da meta, ou o desfalecimento do holandês Mathieu van der Poel, a menos de 13 quilómetros do final, são o espelho das enormes dificuldades da corrida.

Van der Poel, que tinha provocado a seleção no grupo principal a pouco mais de 30 quilómetros da chegada, assumindo a condição de favorito, acabou a mais de 10 minutos do vencedor.