Luís Mendonça (Efapel) conquistou hoje a Prova de Abertura, primeira corrida da Taça de Portugal e do calendário velocipédico nacional desta temporada, graças a um surpreendente ataque nos derradeiros metros.
Conhecido pela sua boa ponta final, o ciclista da Efapel preferiu não esperar pelo ‘sprint’ para garantir o triunfo, aproveitando a passagem pelo Monte Crasto, a 1.500 metros da chegada, para se isolar do pelotão e ser o primeiro a cortar a meta, instalada em Anadia.
Luís Mendonça cumpriu os 173,1 quilómetros da Prova de Abertura, que partiu de Aveiro, em 3:57.57 horas, seguido por César Fonte (Kelly-Simoldes-UDO) e por Rafael Silva (Antarte-Feirense), respetivamente segundo e terceiro, com o mesmo tempo.
“A aproximação à meta foi a toda a velocidade e a minha equipa já estava bastante desgastada por ter controlado a etapa do início ao fim. Nos últimos 1500 metros havia uma subida que fazia doer bastante as pernas e percebi que ali ainda tinha gás suficiente para tentar disputar. O meu colega Maurício Moreira fez a antecipação do arranque, notei dificuldade nos adversários para responder e percebi que era ali que tinha de dar a machadada certa para a vitória. Admito que a um quilómetro ainda duvidei que pudesse chegar, mas insisti e consegui finalizar da melhor maneira”, resumiu o vencedor.
A subida já dentro da cidade de Anadia acabou por segmentar um pelotão já antes partido no prémio de montanha de Talhadas, a 40 quilómetros do final, com o que sobrou do grupo principal a perseguir o homem da Efapel nas últimas centenas de metros, mas a não conseguir alcançar o ciclista de 35 anos.
“Apesar de não ter estado nas melhores condições no Grande Prémio Miguel Indurain, a prova deu-me ritmo suficiente para me sentir mais à vontade na corrida e estou certo de que fez a diferença. Esta vitória significa muito para mim, depois do ano difícil pelo qual passei, devido ao falecimento do meu pai. Dedico-a a ele, porque sei que está a dar-me força e realmente é uma inspiração para mim”, concluiu o vencedor, que desistiu mesmo da edição especial da Volta a Portugal por esse motivo.
A corrida foi quase toda animada por Alberto Gallego (Rádio Popular-Boavista) e Pedro Miguel Lopes (Kelly-Simoldes-UDO), que se isolaram pouco depois da partida real e foram repartindo as metas intermédias.
O duo chegou a ter mais de 10 minutos de vantagem, mas a perseguição, movida pela Efapel, acabou com a fuga a 13 quilómetros da chegada.
Alberto Gallego ganhou a classificação da montanha, António Ferreira (Antarte-Feirense) foi o melhor sub-23 e o Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel venceu por equipas.
A próxima corrida da Taça de Portugal é a Clássica Aldeias do Xisto, agendada para 25 de abril.
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