O ciclista espanhol Alberto Contador considerou esta quarta-feira que estão a humilhar e a linchar o norte-americano Lance Armstrong, com quem teve uma intensa rivalidade na equipa Astana, em 2009.
«Parece-me que, em certos momentos e em certos sítios, não se está a tratar o Lance com respeito. Na minha opinião, estão a humilhá-lo e linchá-lo. Estão a destruí-lo», lamentou o vencedor do Tour 2007 e 2009, à margem da apresentação da edição do centenário, hoje em Paris.
Alvo de uma suspensão, já cumprida, por um positivo por clembuterol na Volta a França de 2010, que lhe valeu a perda do triunfo para Andy Schleck, Contador destacou o facto de a condenação do norte-americano se ter baseado em testemunhos de antigos companheiros.
«Agora fala-se do Lance, mas não houve nenhuma prova nova, nem nada. Basearam-se exclusivamente em depoimentos que podiam ter existido desde 2005. Respeito a decisão de cada corredor, mas preferiria que tivesse sido um pouco antes», disse.
Apesar do desentendimento no Tour de 2009, que se traduziu em trocas de acusações, guerras de bastidores e um primeiro e terceiro lugar para a Astana, Contador defendeu o seu rival, acusado de ter organizado um sistema de dopagem na sua equipa e de ter-se dopado durante o recorde de sete vitórias, conquistadas entre 1999 e 2005.
«Se o ciclismo é popular nos Estados Unidos é graças a ele, se sabem aí o que é o Tour é devido a ele, se há equipas e provas de alto nível no seu país é por ele«, relembrou, elogiando o trabalho de Armstrong na luta contra o cancro.
Já Bradley Wiggins, vencedor da última edição da Volta a França, fez uso da ironia para comentar a decisão da União Ciclista Internacional (UCI) de anular todos os resultados desportivos do texano, de 41 anos, desde 1998.
«É uma pena que o ciclismo esteja a passar por isto [um escândalo de dopagem] outra vez. Não é uma pena que tenha sido apanhado. À medida que vamos ficando mais velhos, percebemos que o Pai Natal não existe. E foi isso que aconteceu com o Lance», descreveu o britânico.
Para Wiggins, as provas contra Armstrong são «esmagadoras». No entanto, na sua opinião, o homem que venceu por sete vezes o Tour nunca irá confessar.
Comentários