A Associação de Ciclistas Profissionais (CPA) lamentou hoje que a União Ciclista Internacional (UCI) não tenha tido em atenção as suas advertências quanto aos perigos dos travões de disco, antes da lesão de Francisco Ventoso (Movistar) na Paris-Roubaix.

Num comunicado, intitulado “Crónica de um risco anunciado”, a ACP explica que em 2015 alertou a entidade que tutela o ciclismo mundial sobre a preocupação dos corredores relativamente aos travões de disco, uma inovação que foi suspensa pela UCI depois de o ciclista espanhol ter sofrido um corte profundo na perna durante a ‘clássica’ Paris-Roubaix.

“Em janeiro de 2016, a CPA enviou uma carta à UCI, na qual advertia para os riscos à segurança dos corredores provocados pela utilização deste sistema e fazia constar que não a tinha consultado sobre a decisão de fazer testes”, revela, indicando que a federação internacional se limitou a anotar a sua posição.

A associação frisa que não se opõe a inovações tecnológicas, mas que a segurança dos ciclistas e o direito destes expressarem a sua opinião serão sempre prioritárias.

“Desde a CPA, lamentamos que as nossas advertências só tenham sido escutadas depois de um acidente, mas estamos à disposição de trabalhar com todas as partes integrantes do ciclismo profissional”, conclui a nota.

A UCI suspendeu o uso de travões de disco no pelotão, na sequência do incidente com Francisco Ventoso, que foi submetido a uma cirurgia depois de sofrer um corte profundo na perna ao tocar num disco.