Diogo Narciso estreia-se hoje, aos 22 anos, em Mundiais de elite de ciclismo de pista, com “nervoso miudinho” e ciente da responsabilidade de entrar numa seleção portuguesa que sempre quis representar com fervor e sentido de grupo.
Narciso compete hoje, na Ballerup Super Arena, na Dinamarca, na corrida de scratch, uma de três que vai completar pela seleção, seguindo-se os pontos, na sexta-feira, e a eliminação, no domingo.
O jovem luso nota, em entrevista à Lusa, que os sucessos recentes dos ‘pistards’ nacionais aumentam a pressão, mas também que faz parte deste grupo já há algum tempo, tomando esta como uma progressão natural.
“É sempre aquele nervoso miudinho, porque é a minha estreia em Mundiais, apesar de ter feito três campeonatos da Europa como elite. Um Mundial é um Mundial. Participei em Taças das Nações, o que já cria alguma experiência. Agora, é continuar a evoluir e dar o melhor neste campeonato do mundo”, explica o corredor.
Aos 22 anos, o três vezes medalhado em Europeus sub-23 nota que, sendo ainda novo, já representou várias vezes Portugal ao mais alto nível, em particular no circuito da Taça das Nações, contribuindo para o apuramento para Paris2024, em que Portugal se sagrou campeão olímpico no madison, com Iúri Leitão e Rui Oliveira, e ‘vice’ no omnium, por Leitão.
“É uma maré de resultados elevada e isso põe pressão em nós, mas temos de continuar o trabalho que temos vindo a fazer e dar o nosso melhor”, admite o jovem.
O ciclista da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar é visto como um dos nomes de futuro da pista portuguesa, com três pratas em Europeus sub-23 sucessivas a atestarem o valor: em 2021 e 2022, na corrida de pontos, em 2023 no scratch.
Apesar da juventude, Narciso não deixa os créditos por mãos alheias. “Eu trabalhei para estar aqui”, atira.
De resto, a forma como se sente integrado no grupo de ‘pistards’, em que “todos se tratam como se fossem família e se dão super bem”, denota que esta estreia era uma questão de tempo.
“Fiz as Taças das Nações mas sabia que provavelmente não iria aos Jogos Olímpicos [Paris2024]. Mas participei para estar lá a nossa nação”, acrescenta.
Os feitos de Iúri Leitão, com quem já fez equipa em várias competições, e Rui Oliveira deixaram-no “felicíssimo em casa”.
“Vem sempre a lágrima ao canto do lho, porque trabalhámos para aquilo acontecer. Ver o nosso trabalho dar frutos é sempre uma alegria imensa”, conta.
Os Mundiais de ciclismo de pista decorrem em Ballerup, na Dinamarca, até domingo, com uma seleção portuguesa encabeçada pelo campeão olímpico do madison Rui Oliveira, incluindo ainda Ivo Oliveira, Diogo Narciso, Maria Martins e Daniela Campos.
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